Paulo Franke

17 julho, 2006

Visitando Hollywood













Janeiro - 1982 De passagem por Los Angeles, em viagem à Austrália, certamente que visitar a capital do cinema se constituía em um passeio nostálgico e obrigatório para mim.
Enquanto o carro do amigo que me hospedava corria a alta velocidade pela highway que nos conduzia à "cidade da ilusão", não pude deixar de lembrar-me do papel importante que o cinema e sua gente representavam para mim nos tempos da infância e adolescência. Ah, bons tempos, quando o cinema era não somente um entretenimento saudável - histórias inocentes de amor com o célebre happy-end, aventuras de piratas e cowboys, comédias sem apelacões - mas também uma escola, onde episódios da história da humanidade, vidas de pessoas célebres e mesmo producões bíblicas eram auxiliares valiosos na formacão cultural e até espiritual da mocidade. Ah, saudosa década de 50!
"Já estamos em Hollywood!" anunciou meu amigo, diminuindo a velocidade e apontando para o nome da cidade sobre a colina. No meu coracão a velocidade aumentava...
A certa altura da Hollywood Boulevard decidimos descer do carro, percorrendo-a a pé, uma caminhada bastante lenta pelo reconhecimento, a cada passo, de nomes de artistas famosos inscritos em dourado dentro de uma estrela na calcada. "Você conhece mais acerca de Hollywood do que a maioria das pessoas que aqui residem!", exclamou meu amigo.
Logo, minha atencão voltava-se para o Chinese Theater e seu chão famoso pelos autógrafos e marcas de pés e mãos dos atores e atrizes, gravados em cimento para a posteridade.
Não faltaram visitas aos estúdios da Universal, Fox e, em Culver City, ao estúdio da Metro Goldwyn Mayer, em outros tempos uma verdadeira fábrica de sonhos. O amplo estacionamento do estúdio praticamente vazio e silencioso falavam alto de um tempo que passou, de uma ilusão que acabou


O passeio, mais e mais nostálgico, estendeu-se por todo o dia, incluindo visita às mansões de Beverly Hills, residência de artistas famosos. O mapa fez-nos localizar exatamente a casa do artista conhecido, muitos ainda vivendo com suas recordacões no luxuoso bairro, alguns no maior ostracismo. E não faltaram fotos diante das casas de Doris Day, Eleanor Parker (foto abaixo), Louis Jourdan, Debra Paget, Robert Stack, Pat Boone e de tantos outros.



Então foi a vez de parar diante da casa de Robert Wagner, com muitos carros estacionados ao seu redor. Seriam de amigos levando-lhe conforto diante da morte de Natalie Wood, ocorrida no mês anterior?
Procurei sem sucesso achar as mansões de Gregory Peck e de Ava Gardner. Eles haviam sido os protagonistas de um filme que fez muito sucesso no meu coracão: "A Hora Final" (On the Beach), de 1959. Filme de ficcão-científica, passado na Austrália, para onde eu estava me dirigindo, em suas últimas cenas aparecem membros do Salvation Army (Exército de Salvacão) anunciando palavras de esperanca ao povo desesperado pela proximidade da nuvem radioativa que aniquilara a populacão do mundo inteiro e que agora atingia a Oceania. Recordo-me de quando, impressionado com o filme, ao sair do cinema com amigos, afirmei-lhes que um dia ingressaria naquele Exército de Salvacão, o que de fato aconteceu. Por essa e por tantas outras experiências, como deixar de amar a Capital do Cinema?
Para finalizar um dia inesquecível, fui levado ao Corpo do Exército de Salvacão em Hollywood. Outrora, naquele lugar que nossa organizacão adquirira recentemente, filmes eram exibidos e muitas vezes indicados para o Oscar, lugar onde famosos artistas entravam triunfalmente, sob aplausos de seus fans. Hoje, é um lugar para se adorar a Deus e fazer trabalho social para os necessitados. E ali nenhum ídolo é adorado e sim o Idolo máximo, Jesus, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores!
Hollywood me fez recordar o passado mas também me fez agradecer pelo meu presente e futuro, uma vez que de forma tão grande influenciara minha vida jovem em um tempo quando precisava urgentemente de uma direcão sábia e sólida - e isso não foi nem é sonho ou ilusão.

(Artigo publicado em uma revista cristã, em junho de 1982)


O teatro que o Exército de Salvacão adquiriu


James Stewart desfilando na Rose Parade, Pasadena, CA

Ricardo Montalban (idem)





Museu do Cinema (Dr. Jivago e E o vento levou) Flórida




Casa de Pat Boone



Casa de Robert Wagner e Natalie Wood
(uma semana após sua morte/leia o texto)



Visita a Universal Studios - outra postagem neste blog:

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