Paulo Franke

29 novembro, 2008

"Para todo o sempre" (A man called Peter) livro e filme


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Eu já havia anunciado esta como a próxima postagem no meu blog. Após alguns dias, no entanto, recebi a notícia do falecimento de Rosa Maria Lamego, uma grande amiga dos meus tempos de mocidade na então Igreja Episcopal Brasileira, da cidade de Pelotas-RS, onde juntos cantamos no belo coral iniciado por sua saudosa mãe, Dona Eunice Lamego. De tradicional família episcopaliana, Rosa se preparava para ir ao culto, que assistia fielmente, quando faleceu repentinamente no domingo 23 de novembro de 2008.
Diante desta notícia, com esta tocante, verdadeira e confortante mensagem, presto homenagem à querida amiga que partiu para estar com o seu Senhor.


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Durante um certo tempo, fomos um grupo de jovens ao cinema no domingo à tarde assistir a filmes escolhidos naqueles anos dourados da década de 50. Quem sabe Rosa teria ido conosco assistir ao filme "Para todo o sempre" (A man called Peter), que repercutiu de forma tremenda naquele tempo. Da 20th Century Fox, de 1955, baseado na vida de Peter Marshall, teve como seu intérprete o ator escocês Richard Todd, escolhido para o papel por ter o Rev. Marshall nascido na Escócia, portanto o forte sotaque escocês no YouTube que vamos assistir foi preservado através da magnífica interpretacão do ator. Jean Peters interpretou o papel de Catherine Marshall, esposa de Peter. A magnífica ilustracão sobre o menino condenado à morte está inserida em inglês neste YouTube. Antes de entrar no recinto, Peter sente desconforto por achar que seu sermão não seria apropriado para os ouvintes, alunos da academia militar. No final, ao dar carona para um deles, ouvem pelo rádio a notícia do ataque japonês a Pearl Harbor ... Entrando para a guerra, a nacão perdeu milhares e milhares de soldados... Seu sermão não fora em vão. E não será em vão para meus leitores lê-lo, pois todos nós enfrentaremos a morte um dia. O sermão ensina-nos o segredo da vida e de não temer a morte.

http://www.youtube.com/watch?v=usWbSLDInW4


Nota:

Outros lances do magnífico e inspirado filme podem ser encontrados nos vídeos n. 1, 2 e 3 no mesmo link.

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Breve biografia do Rev. Peter Marshall:


Peter Marshall (1902-1949) nasceu na Escócia, sendo seus pais muito pobres. Aos 24 anos emigrou para os Estados Unidos. Em 1931 completou seu curso no Seminário Teológico de Columbia e tornou-se pastor. Em 1937 tornou-se pastor na tradicional Igreja Presbiteriana em Washington-DC, onde o presidente Abraham Lincolm havia sido membro. Foi capelão do Senado americano e um dos maiores pregadores que o país conheceu. Casou-se com Catherine Marshall, escritora de 20 livros, inclusive o livro sobre a vida de seu marido, A Man called Peter ("Para todo o sempre"). Morreu em 1983 e foi enterrada junto ao marido. O filho, Peter John Marshall, seguiu os passos do pai como pastor - em Massachusetts - e os da mãe como escritor.

A seguir, transcrevo parte de seu sermão "Abaixo a morte", algo que todos nós precisamos ler e se possível passar adiante aos nossos amigos...

A vida comeca na concepcão.
Quando ela ocorre, dois germens microscópicos de vida se unem e se tornam um – e uma nova pessoa comeca o primeiro estágio de sua existência.

Naquele átomo vivo, há em miniatura as qualidades e capacidades da pessoa adulta –
seu sexo e altura
a cor de seu cabelo e de seus olhos
seu temperamento e habilidade intelectual
seu talento individual
e, em maior medida, seu caráter e destino.

O primeiro estágio de vida, no entanto, é puramente físico.
É uma vida dentro da escuridão, devotada inteiramente a crescer e a preparar-se para a vida que comeca.
Há olhos, mas eles não vêem.
Há ouvidos, mas eles não ouvem.
Há um cérebro, mas ele não pensa.
Há nervos, mas eles não sentem.

E o fato de que essas qualidades estejam presentes e ainda não usadas no primeiro estágio da vida é evidente que uma outra espécie de vida virá após.

No tempo certo, a crianca morre para o primeiro estágio de sua vida e nasce para o segundo.
Isso parece ser uma tarefa penosa – mas a bondosa natureza tem planejado todas as coisas perfeitamente.
Ela não sente.

Há uma pequena e imediata mudanca na crianca.
Ela nasce para uma segunda forma de vida e faz um grande progresso.
Ela vê a luz – e é fascinada por ela.
E pisca por causa dela.
Com seus sentidos despertos, agora ela pode sentir.
Ela pode ouvir.
Ela pode cheirar.
Ela torna-se consciente da sua existência.
Cedo ela pode mover-se e comeca a descobrir e compreender e alegrar-se com as maravilhas do mundo de sua segunda vida.
Essa segunda vida é física como a primeira – mas dá a ela uma nova capacidade.
Ela pode pensar.

Por muitos anos, ela pode gozar de sua vida intelectual
raciocinando,
planejando,
refletindo,
aprendendo,
usando seu conhecimento para construir sua sabedoria,
fazendo deducões,
chegando a conclusões.
Então, o quê?
Ela fica gasta, morre, e não vive mais?

Na sua segunda forma de vida, assim como na primeira, ela desenvolve capacidades não requeridas em sua presente existência.
Nesta vida presente, ela precisa nada mais do que os animais.
São essas altas qualidades desenvolvidas simplesmente destinadas para a sepultura?

Ela sonha além de seu alcance.
Plantada dentro dela há um profundo anseio por um amanhã dourado quando não haverá mais dor
Nem choro
Nem pesar
Nem morte
Nem partida
Quando ela verá rostos sorrindo que ela tanto amou em vida e perdeu…
Algo dentro de nós aspira por uma outra vida.
Há um anseio intuitivo – por quê?
De onde vem ele?
Quem o plantou dentro de nós?

Por que duvidamos que viveremos em uma terceira forma de vida após morrermos para esta vida?
E por que duvidamos que a bondosa natureza – ou eu preferirei chamar de um amoroso Pai celestial – fará aquele segundo nascimento tão fácil e tão proveitoso quanto o primeiro?




Em um lar que eu conheco um meninozinho – filho único – ficou doente com uma doenca incurável.

Mês após mês a mãezinha cuidou ternamente dele, leu para ele, brincou com ele, na esperanca de evitar que ele compreendesse o que estava à sua frente.

Mas, com o tempo, como não melhorasse, o garoto por si compreendeu que jamais viria a ser como os outros garotos que via por fora de sua janela brincando; compreendeu que iria morrer.

Um dia, sua mãe estava contando-lhe histórias de grandes homens que morreram triunfalmente quando foi interrompida pela voz fraquinha do menino: ’Mamãe, o que é morrer? Morrer dói, mamãe?’

Lágrimas inundaram os olhos da mãe que correu para o fogão alegando haver algo queimando na cozinha. E na cozinha encostou-se no armário com os punhos cerrados, comprimidos contra a superfície lisa, fez uma oracão a Deus para que Ele lhe desse palavras para responder a pergunta tão importante do menino. E o Senhor ensinou-lhe o que dizer.

Voltando ao quarto, disse-lhe: ‘Kenneth, você se lembra de quando era bem pequenino, como brincava tanto o dia todo que ao anoitecer você se atirava na cama da mamãe e dormia?! Aquela não era a sua cama, não era onde você deveria estar. E você ficava ali somente um pouco. De manhã, espantado, você acordava e via que estava em sua própria cama, em seu próprio quarto. Você estava ali porque alguém amava você e havia tomado conta de você. Seu pai tinha vindo – com bracos fortes e grandes – e havia carregado você. Kenneth, a morte é exatamente assim. Uma manhä simplesmente acordamos para nos encontrar em outro quarto – o nosso próprio quarto – porque o Senhor Jesus nos amou.’

Com o rosto iluminado, o garotinho disse-lhe que não tinha mais medo da morte e que confiava no Pai Celestial. Nunca mais fez perguntas. E diversas semanas mais tarde adormeceu, exatamente como ela lhe dissera.

E finalizando seu sermão, o Rev. Peter Marshall desafia aos seus ouvintes:

É somente quando nós conhecemos a Jesus Cristo que não ficamos com medo, porque não há nada a temer.
É somente quando não mais tememos a morte é que perdemos todos os outros temores.

E é somente quando não mais temos temor é que comecamos de fato a viver…
Através de cada experiência, dolorosa ou alegre, em gratidão por cada momento desta vida plena.

Ser livre – livre como um passarinho – simplesmente significa não temer, na sua mais plena consciência, a qual significa também o reconhecimento da morte.

Se você teme a morte, então você teme a vida.
Somente quando você tem uma causa pela qual morrer, você terá uma causa pela qual viver.

E quando a morte vem, virá como um amigo bem-vindo, enviado para levar você à gloriosa vida que o aguarda ao dobrar a esquina.

Mas o que você fará se não conhece a Jesus?
Você precisa crer no que Ele disse:


“… Porque eu vivo, vós também vivereis.” (João 14:19)


“Na casa de meu Pai há muitas moradas: se assim não fosse eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também.” (João 14:2-3)



- O sermão na íntegra pode ser encontrado no livro "Para todo o sempre" certamente à venda em livrarias brasileiras.

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O quadro, "O Médico", de Joseph Tomanek, foi reproduzido em gravura e distribuído no início da década de 50 pela Indústria Farmacêutica Fontoura-Wyeth S.A., de São Paulo. Guardada entre as tantas gravuras que meu pai colecionava, impressionava-me profundamente como menino que já pensava na razão da vida e na realidade da morte.


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L i n k:

A igreja da infância e início de juventude

http://paulofranke.blogspot.com/2007/12/blog-post.html

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Visite o meu blog, clicando à direita em "Índice de todos os meus tópicos", e encontrará certamente assuntos de seu interesse:

Viagens pelo mundo, nossa vida na Finlândia, experiências da década de 50 (inclusive seus filmes), crônicas do livro "Edificacão Diária", que Deus me deu a oportunidade de escrever, fatos históricos, temas sobre o Holocausto dos judeus, informacão, assuntos para refletir, fazer rir, chorar e principalmente recordar, já que "recordar é viver".

Una-se aos quase 38.000 amigos que já visitaram o meu blog em pouco mais de dois anos de existência, cuja glória dou ao meu Deus, minha Inspiracão maior para continuá-lo com postagens semanais:

http://www.paulofranke.blogspot.com/

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Próxima postagem:


Já vem perto o Natal,

Canta o verde pinhal,

Há sons festivos no ar,

Vibram acordes no lar.

19 novembro, 2008

O que significa SEITA?


O Dicionário Aurélio define “seita” da seguinte forma: “Doutrina ou sistema que diverge da opinião geral e é seguida por muitos 2) conjunto de indivíduos que professam a mesma doutrina 3) comunidade fechada de cunho radical 4) teoria de um mestre seguida por numerosos prosélitos 5) faccão, partido”.

Eis um oportuno artigo escrito por Melissa Moskowitz para estes tempos quando assistimos pela TV e quando tomamos conhecimento de tantos abusos em igrejas tidas como evangélicas mas que na verdade não o são:

Nem todas as seitas são de natureza religiosa, mas existem semelhancas entre as seitas religiosas e não-religiosas.
As seitas heréticas giram em torno da necessidade que o indivíduo tem de se identificar e ser identificado com uma crenca forte e com outros que tenham a mesma conviccão. As seitas roubam dos indivíduos a capacidade de fazer decisões morais e sociais que governam suas vidas. As seitas heréticas roubam os seguidores de sua individualidade, fazendo-os conformados com a identidade do grupo.
Não encontramos a palavra “seita” nas Escrituras, mas está embutida nas características de mestres falsos, ensinos falsos, falsos profetas e falsas profecias que conduzem a pessoa para longe da verdade e para a escravidão.
O cristianismo autêntico pode destacar um certo professor ou ensino, mas mantém sua base nas Escrituras e concede ao Senhor Jesus Cristo o Seu devido lugar.


Algumas características de seitas:


1. O grupo apresenta o conhecimento da Bíblia como sendo possível somente através da interpretacão das autoridades do grupo. Apesar de declararem o contrário, tais seitas heréticas realmente conduzem as pessoas para longe de Deus.

2. O grupo torna-se substituto da consciência e da direcão do Espírito Santo. O certo e o errado são julgados de acordo com os ensinamentos da seita herética em vez de ser de acordo com as Escrituras.


3. O grupo exige lealdade e obediência absolutas ao líder da seita herética, que geralmente é uma pessoa autoritária. O líder da seita poderá proclamar que ninguém consegue entender corretamente o significado das Escrituras exceto através de seu ensino autoritário.


4. O estilo de vida dos líderes das seitas é muitas vezes diferente do estilo de vida dos seguidores, que parecem isentos das expectativas morais e éticas que prendem os outros. Os líderes de seitas heréticas muitas vezes permitem para si mesmos privilégios e luxos negados aos seus seguidores.


5. A seita herética leva seus seguidores a considerarem as pessoas fora do grupo como inimigas em potencial ou pessoas “menos iluminadas”. Os seguidores muitas vezes precisam viver em uma comunidade que funciona para o benefício da seita e que é fechada à sociedade em geral.


6. A seita requer de seus membros que trabalhem e contribuam somente para promovê-la.
O grupo instiga sentimento de culpa nos seus membros, declarando que nada menos do que uma entrega total é aceitável e que os membros menos consagrados são indignos e infrutíferos.

7. O grupo pede que seus membros facam sacrifícios absurdos tais como desistir dos filhos, do dinheiro e das posses em nome da consagracão e do crescimento. Os membros não consideram tais sacrifícios absurdos porque a seita dita um novo padrão de comportamento e de normas sociais.

8. O grupo oferece aos seus membros um sentimento de pertencer a uma família e a um grupo de amigos. O indivíduo tem uma sensacão de paz e bem-estar pessoal enquanto conseguir se conformer e agir de acordo com os ditames das seitas heréticas.

9. Os seguidores muitas vezes precisam denunciar e evitar suas famílias a fim de serem considerados membros de bom comportamento.

10. Os membros são geralmente desencorajados à informacão de eventos mundiais, pois o líder considera-se o intérprete da realidade do que acontece e não quer que os seus membros sejam influenciados por outras opiniões.


Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo previne-o das seitas heréticas, já existentes naquele tempo, mas também aconselha-o a trazer todos os homens à Verdade, que é Jesus Cristo “… nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2:4).


E acrescento o que disse alguém, muito sabiamente: “Nunca diga com certeza o que a Bíblia não diz com clareza.”


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Próxima postagem:


"Mamãe, o que é morrer?"


- a pergunta de um menino com uma doenca incurável...



15 novembro, 2008

Hans Christian Andersen e o ator Danny Kaye

Dezembro 2008 - DVD encomendado dos States no Brasil e entregue na Finlândia!
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http://babelfish.altavista.com/






A casa onde nasceu Hans Christian Andersen, em 2 de abril de 1805.



A casa onde cresceu.


Em 2001 decidi incluir Odense, na Dinamarca, no meu roteiro de viagem de minha primeira InterRail. Pura nostalgia que virou protesto... Andando pelas ruas da cidade velha, logo encontrei a casa onde Hans Christian Andersen viveu até os seus 14 anos. Hans, que nasceu em 1805 e morreu em 1875, foi um famoso autor e poeta dinamarquês. Seus contos, principalmente dedicados às criancas, foram traduzidos para 150 línguas.








Aos meus 10 anos o "conheci", através da brilhante interpretacão de Danny Kaye, no filme "Hans Christian Andersen". O filme contava a história do famoso dinamarquês, e quando o ator se sentava para contar suas histórias às criancas, essas histórias "viravam" lindos desenhos animados para deslumbramento dos nossos olhos (bem mais tarde assisti ao mesmo filme e fiquei triste por terem cortado as partes em desenho animado que davam um toque especial ao filme!). Bem pequeno, eu já cantava "Wonderful, wonderful Copenhagen", o tema musical do filme. Assim,conheci as principais histórias de Andersen não através de livros infantis, mas dos telões imensos dos cinemas da década de 50: As roupas novas do rei, O rouxinol do imperador, Polegarina, O soldadinho de chumbo, O patinho feio, A menina dos fósforos e A sereiazinha.





Visitar Odense inclui a visita à casa onde cresceu e também ao moderno museu HCA. E ali vimos pertences de Andersen, as botas que ele mesmo confeccionou, pois era sapateiro, além de outros objetos. E em um dado momento a guia do museu, fazendo-nos parar diante de sua cama, comentou o seguinte: "Quando o ator comediante Danny Kaye visitou o museu, de brincadeira deitou-se rapidamente naquela cama, o que foi considerado um gaffe que repercutiu negativamente por todo o país com altas críticas pelo absurdo de seu gesto". Então, foi a minha vez de defender Danny Kaye: "Saiba que se eu estou aqui, e se milhares de outras pessoas - principalmente americanos - visitaram ou visitam este museu não tem sido tanto pelo fato de terem lido os livros de Andersen, não tão populares naquele tempo quanto o famoso filme na interpretacão de Danny Kaye, pelo menos para mim". Foi um momento de embaraco, sem desfazer o grande autor de histórias infantis, que repercutem mesmo atualmente - também por desenhos animados de Walt Disney - mas de fazer justica ao seu grande intérprete. Esta foi a minha "historieta", ligada à Odense, cidade natal de Hans Christian Andersen.





Sem jamais imaginarmos que um dia haveria videos e DVDs, a revista Cinemin fazia-nos curtir novamente os filmes preferidos.


Continuando, enfoco o grande ator e intérprete de Hans no cinema, Danny Kaye, nascido em 18 de janeiro de 1913, cujo nome real era David Daniel Kaminski, filho de um casal judeu-ucraniano, sendo o pai um alfaiate. Nasceu no Brooklyn, NY, e aos 13 anos deixou a escola e fugiu para a Flórida para cantar nas ruas por dinheiro. Seu debut na Brodway aconteceu no ano 1939. Estrelou muitos filmes no cinema e mais tarde também na televisão. Seu famoso filme "Hans Christian Andersen" foi produzido em 1952 (veja links aos YouTubes do filme). O que talvez a maioria não saiba é que Danny Kaye, que morreu em 3 de marco de 1987, era um grande filantropo, que ajudava pessoalmente a muitos colegas atores que ficaram na miséria e que distribuía grandes somas de dinheiro a institucões assistenciais. No ano 2000 a UNESCO conferiu a ele o título de "cidadão mundial". Além de ator e cantor, era um excelente intérprete de jazz e tocava clarinete com maestria, quase somente para amigos. Um achado, enviado por uma amiga, é o dueto que fez com Louis Armstrong (veja link).



Como eram "por dentro" os filmes de Cinemin e já ficávamos satisfeitos!






Na turnê por Copenhagen, em 2001, fazia parte fotografar a sereiazinha de Andersen.



A sereizinha minúscula, mas a estátua de Hans gigante! Em 2008, na minha segunda InterRail, passei por Copenhagen e aproveitei para tirar uma foto na estátua do autor, orgulho dos dinamarqueses.

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L i n k s


Acesse o
e veja cenas e ouca as músicas do filme "Hans Christian Andersen"


12 novembro, 2008

A mais bela decolagem! Douglas DC-3



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Quando a MANCHETE nos anos 80 publicou em duas páginas esta propaganda da VARIG, eu que gosto de aviões parei a respiracão! Recortei as duas páginas com cuidado e guardei-as até hoje ao fazer esta postagem de uma experiência que tive no final dos anos 60. E pasmem, não foi tanto o grandioso DC-10 que nos transportou aos USA nos anos 80 que me chamou a atencão, mas o pequenino DC-3 (talvez o leitor precise de uma lente para vê-lo) nesta foto estupenda que compara o tamanho das duas aeronaves.
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E para os fãs do Douglas DC-3, ou de quem se lembra dele, mais fotos abaixo, extraídas da revista finlandesa YHTEISHYVÄ (fotos de Mikko Hannula) de outubro de 2008.









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Meus filhos certamente já se esqueceram do passeio que fizemos à Cidade da Crianca, em São
Bernardo do Campo-SP, no início dos anos 80. De repente, diante de nós, a minha surpresa ao ver ali um Douglas DC-3!! E assim fomos ao vôo simulado no avião "de verdade" em pleno parque de diversões.

Referindo-se ao histórico avião, Eisenhower declarou: " Gracas ao DC-3, os aliados venceram a guerra!" E em certa ocasião o bimotor foi homenageado em razão dos valiosos servicos prestados na Amazônia (o do parque, do Projeto Rondon, era um desses).




Ainda que tivesse viajado em modernos aviões, eu nunca entrara naquele bimotor. Quando pequeno, recordo-me de ver meu pai partir para as suas viagens de negócio. Eu sempre torcia para que o levássemos ao aeroporto e não a que uma conducão da VARIG o viesse pegar em casa, o que também acontecia. O pequeno DC-3 da VARIG, cuja linha pioneira foi exatamente a que uniu as cidades gaúchas de Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande, ia balancando até o início da pista e alcava o seu vôo, para mim triunfal! E eu o acompanhava até que se perdesse de vista, emocionado diante do espetáculo de singular beleza para a cabeca de um "guri" de calcas curtas que tinha o sonho de ser piloto quando crescesse. Com meus filhos, experimentando as sensacões da decolagem e aterrissagem do DC-3, ainda que simuladas, as recordacões distantes estavam presentes.

Certa ocasião, como jovem oficial (pastor) do Exército de Salvacão, sentindo a carga do viver cristão e das implicacões da vocacão, comecei a "perder altura". Com pés pesados, dirigi-me ao Aeroporto Santos Dumont, na cidade do Rio de Janeiro. Na sacada, contemplando as aeronaves, questionava-me: "quem sabe eu havia errado e a vocacão de piloto era de fato a que deveria ter abracado?..." Então, de repente, eu que em muitos dias livres me quedava a admirar os reluzentes aviões estacionados, ou então subindo e descendo naquele mesmo aeroporto, ao olhá-los naquele momento não me pareceram tão belos e atraentes, mas mal-conservados e até enferrujados, naturalmente uma inexplicável "ilusão de ótica" que deformava a minha visão naquele momento.

Ou teria sido providencial? Só sei que naquele instante as palavras de Jesus, que me chamara
para ser um servo e seguidor Seu, vieram ao meu socorro, causando-me um impacto: Ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde... nem ferrugem corrói.

Como que despertanto, dei uma brusca meia-volta e os meus pés - não mais pesados mas parecendo pés alados - "voaram" para o humilde Corpo salvacionista que eu dirigia do outro lado
da Baía de Guanabara. Decidido a continuar com nova disposicão, a "decolagem" foi bela e segura e o "vôo" da minha vocacão desde aquele dia distante tem transcorrido com seguranca e conviccão, mesmo quando nuvens ameacadoras aparecem no horizonte ou turbulências queiram
me afetar ou mesmo derrubar.

Cuidemos, portanto, para que em tempo algum tenhamos "autonomia de vôo" que nos faca independentes dAquele que nos chamou para tão altaneira e soberana vocacão!


... e nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Efésios 2:6).


- Livro "Edificacão Diária", de minha autoria. Crônica para o Dia do Aviador e da Aviacão -



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Um grupo de oficiais da Divisão do Rio Grande do Sul - no tempo em que os salvacionistas ganhavam grande desconto ao viajar de avião - dirige-se do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a um congresso do Exército de Salvacão em São Paulo, no ano de 1962. O avião, um Curtiss-Command, outro herói da guerra usado nas linhas aéreas brasileiras paralelamente ao Douglas DC-3.

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Quando em 1977 visitamos o Smithsonian Institute, em Washington-DC, procurei interessado o pavilhão de aviacão e foi a vez de levantar o "gogó" para ver no alto o Douglas DC-3 da Eastern Airlines.



Na camiseta que gosto de usar a bordo quando viajo, na estampa estão diversos aviões Douglas usados pela Finnair durante as décadas. Minha esposa tem um primo piloto que recentemente se aposentou, sendo a linha que por último fez foi Helsinki-Nova York-Helsinki nos Douglas DC-10 (acima) da companhia finlandesa.


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Captando a mensagem


O avião atravessou as nuvens à frente;

A chuva fria, o vento e a geada

São passados, finalmente!

~
No céu azul o sol envia,

Através da janelinha, de sua luz um facho;

E as pessoas todas estão tremendo de frio

Nas ruas congeladas, lá embaixo!

~

Enquanto eu, com pés molhados, miserável,

Estava andando sobre o lodo,

Você quer dizer que o sol lá em cima

Estava brilhando o tempo todo?
~

Ah, agora percebi a mensagem

E compreendo o Teu sinal

Não importa quão ruim o mundo se torne,

O bem há de vencer o mal.

E quando nuvens espessas

Parecerem querer nos separar,

Vem com Teu calor e Tua luz

A escuridão atravessar.


John Gowans

- General




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Próxima postagem:


Na cidade natal do famoso contador de histórias dinamarquês,


Hans Christian Andersen, e o seu intérprete maior no cinema, Danny Kaye.

10 novembro, 2008

Noite dos Cristais... aí comecou o Holocausto!

9 e 10 de novembro de 1938


Noite dos Cristais -

Aí comecou o Holocausto!
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Não poderia deixar passar em branco no meu blog o que a mídia tem noticiado profusamente desde o dia de ontem.

De uma forma oportuna um amigo do Orkut da cidade de Lins-SP, que como eu ama o povo judeu, enviou-me o link do YouTube que conta o que foi a Noite dos Cristais.

Diante disso, poupo-me de escrever o costumeiro texto e limito-me a publicar algumas fotos que tirei no ano 2000 ligadas ao assunto.





Ao visitar Berlim pela primeira vez, no ano 2000, e munido de uma câmera fotográfica convencional, ao revelar mais tarde o filme, uma surpresa: "entrou luz" nestas duas fotos que tirei da Sinagoga de Berlim, parecendo ambas em chamas! Isso aconteceu na realidade, e o amigo leitor vai ver e ouvir a respeito no video (link mais abaixo).



A principal rua do bairro judeu de Berlim, vandalizada pelo efeito especial causado por ter aberto a câmera sem que o filme tivesse terminado.


A sinagora foi inteiramente destruída, ficando intacta a sua fachada. Hoje a Nova Sinagoga de Berlim, como é chamada, abriga um centro judáico.



Berlim foi a cidade que mais deportou judeus para os campos de concentracão, 55 mil. Informacões, relatos e objetos de famílias judaicas podem ser vistos na visita ao centro.




De tanto amar o povo judeu pareco-me um deles!


Diante de uma pintura no Muro de Berlim mencionando a comemoracão dos 50 anos da Noite dos Cristais.





Veja este lugar sinistro no link abaixo que incluí na postagem "Minhas raízes na Alemanha", e que desmembrarei um dia, pois relacionado somente era o fato de estar viajando pelo país e pela primeira vez visitando Berlim.


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VIDEO NOITE DOS CRISTAIS

http://br.youtube.com/watch?v=dMm8mAghRr8


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Procure no "Indice de todos os meus tópicos" diversas postagens ligadas às minhas visitas a dois campos de concentracão, a sinagogas, a monumentos, a Israel e terras bíblicas, além de textos sobre pessoas que abrigaram judeus durante a guerra, com isso salvando-os, em especial Raoul Wallenberg e Corrie ten Boom, nos tópicos "De trem pela Europa - Budapeste (Hungria) e Haarlem (Holanda), respectivamente.


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Próxima postagem
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"A mais bela decolagem"
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Meditacão do livro Edificacão Diária, que Deus me deu a oportunidade de escrever. E como parte dela, fotos e dados sobre o velho avião Douglas DC-3.

05 novembro, 2008

"Quando a Segunda Guerra começou" - A.J.Cronin

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Presenteie o seu coração

lendo o texto até a conclusão!

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Não posso afirmar se o livro "Pelos caminhos da vida" era exatamente o preferido de meu pai, mas decididamente era um deles. E nas recordações do que nos contava após ter lido algo que lhe impressionara ou chamara a atenção, uma constante, saliento um capítulo do citado livro do magnífico escritor A.J.Cronin, autor de muitos outros.


(Busque mais informações sobre o famoso escritor escocês no Google).


Nesse capítulo, não necessariamente com o nome que dei, Cronin nos faz viajar até um pequeno vilarejo suíço, onde teve uma extraordinária experiência antes de a guerra começar...








Nunca a beleza do mundo havia sido tão evidente. Nunca a vida parecera um potencial tão grande de felicidade. No entanto, apesar de tudo, como uma estranha dissonância em uma linda sinfonia, havia em toda a Europa nuvens sombrias de ódio e de medo.
Nos vales tranquilos da Bavária ouvimos o passo pesado dos soldados e o troar dos exercícios de artilharia. Das fábricas da Silésia, saíam combois de caminhões, carregados de armas. Munique era um louco festival de bandeiras, uma parade de uniformes militares. Em Viena, a mais alegre e hospitaleira de todas as cidades, a ópera continuava, os sinos da Catedral de São Estêvão ainda repicavam, o festival do vinho não deixou de ser realizado, mas por trás de tudo isso a gente podia sentir um tremor, um fatalismo que beirava o desespero.
Estava chegando… chegando… uma avalanche de horror e destruição… uma guerra total que envolveria e destruiria milhões de pessoas inocentes que não queriam participar dela, mas não sabiam como evitá-la. Por que, oh, por que, em nome da humanidade sofredora, tinha que ser assim?

No inverno de 1938, alugamos um chalé na aldeia de Arosa, a dois mil metros de altitude, nas encostas íngremes do Tschuggen. Picos brancos e majestosos, que o sol do entardecer tingia de cor-de-rosa, o tilintar alegre dos sinos dos trenós puxados a cavalo, ski-wasser e café com creme nas pequenas lanchonetes da aldeia, o doce cheiro das vacas nos estábulos de madeira forrados com palha, a limpeza imaculada, a deliciosa comida suíça, o rangido da neve fresca sob os pés, à noite aquele cansaço gostoso depois de um passeio de esqui de dia inteiro até S.Moritz, o brilho das estrelas, as luzes se apagando, uma a uma, nas casas da aldeia, deixando apenas a quietude eterna e o luar prateado. Para nossos meninos, para quem aquelas férias na montanha constituíam uma aventura inesperada, havia um fascínio todo especial em esquiar e patinar, em descer a encosta de trenó, a toda velocidade, e acabar lá embaixo, deitados na neve macia, com as bochechas rosadas.

Mas para mim, apesar do estímulo do ambiente, a situação mundial, que se deteriorava rapidamente, era fonte constante de preocupação. Nos últimos anos, havia mudado muito. Ao deixar de viver apenas para o presente, eu tinha, para melhor ou para pior, adquirido o hábito de refletir diariamente a respeito de certos aspectos da existência muito menos materiais que os que me haviam absorvido no passado. Assim, não há dúvida de que meu estado de espírito era propício para o que aconteceu. Porque foi ali, em Arosa, em um domingo, quando fui à igreja – uma visita rotineira, cumprida sem nenhum fervor extraordinário – que passei pela experiência espiritual mais estranha de toda a minha vida.
Havia conhecido muitas igrejas: as grandes catedrais de Chartres e Rheims, a Capela da Virgem Negra em Montserrat, a Basílica de São Pedro em Roma, o campanário e batistério de Giotto, em Florença… Aquela era diferente: uma pequena capela toda feita de pinho, cheirando a resina, empoleirada em meio aos picos nevados dos Alpes. Ali, naquela altitude, respirando o ar puríssimo, contemplando a beleza indescritível do céu e da neve, a gente se sentia como se estivesse no limiar do paraíso. Os fiéis eram quase todos camponeses, o povo forte, trabalhador, de olhos azuis daquele cantão do lado alemão da Suíça. Os homens vestiam ternos escuros. As mulheres não usavam enfeites, no máximo uma touca de renda ou um xale bordado. Uma manta vermelha, usada por um garotinho, destacava-se como um farol.

O rito foi muito parecido com o que eu conhecia e portanto não despertou em mim nenhuma sensação nova. Entretanto, parecia haver mais simplicidade, mais objetividade naquelas preces. De qualquer forma, havia para mim uma estranha presença, uma curiosa expectativa vibrando no ar. E então chegou a hora do sermão. Quando todos se sentaram, e o pastor subiu ao púlpito de madeira nua, meu companheiro me lançou um olhar de pena. Eu estava com um inglês de meia-idade que havia sido meu paciente em Londres e estava na aldeia para tratar-se de tuberculose. Falava alemão fluentemente, enquanto eu não conhecia uma única palavra daquela misteriosa língua. Sob o olhar depreciativo do meu ex-paciente, senti-me condenado, graças à minha falta de cultura, a uma hora de tédio profundo.

Entretanto, quando o pregador se voltou para a audiência, senti novamente aquele estranho frêmito. Havia muito naquela figura vestida de branco para prender a minha atenção. Ele era moreno, baixo e atarracado, trinta e poucos anos, rosto macilento, testa larga, um olhar penetrante, magnético. Era ao mesmo tempo vibrante e tranquilo, irradiava uma humildade corajosa. Quando falou, foi com voz contida, mas suas palavras encheram a pequena igreja e reboaram no teto. Depois de ler o Evangelho, fez uma pequena pausa e em seguida começou o sermão, naquela língua totalmente desconhecida. Não sou nenhum fanático. Já ouvi muitos sermões. Nos últimos tempos, especialmente, senti-me farto das investidas tímidas, das críticas água-com-açúcar de pregadores conservadores. Mas aquele homem era diferente; tão diferente quanto o aço temperado do metal barato. E à medida que seu discuro tomava forma, a despeito de minha total ignorância do conteúdo, senti-me sob os efeitos de um estranho encanto místico. Entendi uma palavra: Christus. E outra, que era Fuhrer.

De repente, como que por um passe de mágica, a cena se desfez, a igreja e os fiéis desapareceram. Vi de repente, e com uma clareza estonteante, os países da Terra e a pestilência que pairava sobre eles. Vi as grandes ditaduras, controladas por uma só mão, por uma só voz, idolatrando a doutrina do sangue e do ferro. Vi as grandes democracias, prósperas e obesas, zelosas de suas grandes fortunas, temerosas de que algum vândalo se dispusesse a roubá-las. Vi em cada país os bilhões de toneladas de armamentos acumulados. Vi as bombas e os canhões, os estoques de gas venenoso, as nuvens de aviões mortíferos escurecendo o céu. Vi crianças ensinadas desde o berço a brigar e a odiar, a marchar em paradas militares quando mal sabiam andar, a acariciar um rifle como se fosse um brinquedo predileto.

Vi metade da fortuna da Terra enterrada como metal amarelo inútil em uma tumba de concreto. Vi o trigo sendo queimado às toneladas em um canto do globo, enquanto em outro milhares de seres humanos morriam de fome. Vi em toda parte as cegas investidas da humanidade, a busca desesperada de segurança, os mergulhos inquietos no prazer momentâneo, a luta febril pelos bens materiais. E acima de tudo, em meio ao som de jazz e ao tilintar de moedas, vi o fantasma onipresente, o espectro terrível da autodestruição.

Foi uma visão de gelar o sangue, uma visão que me encheu de horror: aquela terra boa e generosa, trsnbordante de fartura, dividida de ponta a ponta pelo ódio, pela agressão e pela crueldade, que, se não fossem contidas, certamente reduziriam a civilização a pó. E pensar que fazia menos de um quarto de século que nove milhôes de homens haviam sacrificado a vida pela promessa de uma paz duradoura!

Essa lembrança cruel não podia deixar de suscitar uma pergunta amarga: por que, em nome da razão, havíamos permitido que aquela loucura acontecesse? A pergunta não era nova, mas me atingiu com força redobrada. E por minha mente passaram as infindáveis explicações que a imaginação humana havia engendrado. Tensões econômicas, inflação e depressão, desemprego e tudo o mais. A decadência das nações, a necessidade de colônias, a sobrevivência dos mais aptos. Como me pareciam tolas, como me pareciam fúteis tais explicações!

Porque a resposta era clara, surpreendentemente clara. Só havia uma razão, uma explicação básica: o homem havia-se esquecido de Deus. Milhões de indivíduos em todo o mundo eram cegos e surdos para o Criador. Para muitas almas humanas, o Nome não passava de um mito. Para outras, uma simples tradição a ser cumprida. Para outras, uma conveniência. Para outras, uma suave hipocrisia. Sim, aquela era a verdade nua e crua. Falsos deuses, tão odiosos quanto o bezerro de ouro da Bíblia, hoje ocupavam os altares do povo cristão. O paganismo havia conquistado o mundo moderno. Em quase todos os homens, a simples menção do nome de Cristo despertava um sorriso de desprezo e superioridade.

E no entanto, aqui, nesta louca busca de liderança, estava o único Líder capaz de salvar o mundo. Aqui, esquecido do torvelinho de ideologias, estava o único credo que prometia a salvação. Não era um credo difícil de compreender. Nem mesmo de seguir. Um credo de beleza e simplicidade. Viver decentemente, aos olhos do céu e do seu semelhante. Amar o próximo, não cobiçar-lhe os bens. Ser tolerante, caridoso, humilde. Lembrar sempre que a vida, como a conhecemos, é apenas um fragmento da eternidade.

Oh, quem me dera que um exército de novos cruzados se levantasse para levar a fé aos quatro cantos do mundo, para desfraldar mais uma vez a bandeira do Rei! Oh, quem dera que mais ministros da religiâo deixassem de contemporizar, esquecessem a prudência, largassem as igrejas vazias e se lançassem à luta, como soldados da fé! Então, talvez o mundo voltasse à sanidade, e a pobre, confusa e torturada humanidade reencontrasse Deus.

De repente, senti um choque e o fluxo dos meus pensamentos foi interrompido. Com uma sacudidela que foi quase física, voltei à Terra e vi que o pregador tinha terminado o sermão. Saímos da igreja para a claridade ofuscante do dia de inverno. Enquanto caminhávamos em direção à aldeia, contei ao meu companheiro com pormenores minha estranha meditação. Ele me escutou com espanto crescente. Quando terminei, olhou para mim, assombrado.

-Não é possível! – exclamou, quase sem fala. – Isso, praticamente, palavra por palavra, foi o que o pregador disse no sermão!

(Livro “Pelos Caminhos da Vida”, do original em inglês Adventures in Two Worlds, Editora Record, tradução de Ronaldo Sergio de Biasi)


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Ah, esses lugares simples! Não tanto em catedrais suntuosas


... mas muitas vezes nessas capelas rústicas é que sentimos mais de perto a doce presença de Deus e a simplicidade do Cristo!

( fotos: Ekenäs, Finlândia)

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O jovem pastor Timo e o velho pastor Paulo, ombro a ombro na mesma missão.

"Paulo, apóstolo de Cristo Jesus... a Timóteo, filho na fé "(1 Timóteo 1:1-2).

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"As chaves do reino" (The keys of the kingdom), romance de A. J. Cronin, foi levado às telas em 1944 tendo no papel principal o excelente ator Gregory Peck.







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01 novembro, 2008

Livro/filme EXODUS - Leon Uris/Paul Newman







Exodus


O ano, 1967. Eu vivia na cidade de Joinville-SC na época, o primeiro lugar aonde o Exército de Salvacão me enviou após tornar-me oficial. Certa vez emprestei da biblioteca local o livro Exodus, de Leon Uris, e comecei a lê-lo. Desde as primeiras páginas concluí que não poderia simplesmente interromper a leitura e deixar para uma outra ocasião. Decidi, então, de uma forma radical, "encerrar-me" em casa naquele dia de folga e lê-lo direto, levassem quantos dias levassem, pois é um livro grosso. Os dias que não trabalharia compensaria mais tarde. E assim aconteceu... Após dois dias de leitura, adquiri, interessado, muita informacão a respeito dos judeus e mais, somei ao amor por este povo - que meu pai me transmitira - outra enorme dose de amor que meus leitores deste blog podem comprovar através de muitas postagens sobre minhas visitas a campos de concentracão, sinagogas, locais, monumentos etc. ligados aos judeus, sem falar na inesquecível viagem a Israel e no sonho de lá voltar. Portanto, obrigado, meu saudoso pai, e obrigado, meu Pai Celestial, o El Shaddai!




Leon Uris



Enérgico e destemido, Leon Uris, um judeu-americano de Baltimore, foi um escritor aventureiro, que viajava incansavelmente, às vezes arriscando sua própria vida. Em 1956, por exemplo, foi ao Oriente Médio realizar as pesquisas para escrever Exodus e acabou cobrindo a Crise do Suez, entre Israel e o Egito, como jornalista e enviado especial. Foram estas as suas palavras a respeito do livro que escreveu: Exodus registra o maior milagre de nossos tempos. O livro conta a história dos judeus voltando depois de séculos de abuso, tortura e assassinato para esculpir um oásis na areia, com coragem e com o seu sangue.

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Abaixo, transcrevo da dobra da edicão da época em que o li, um resumo do próprio livro de Leon Uris, esperando com isso que também meus caros leitores o adquiram ou o emprestem de sua biblioteca local. Entre partes do resumo verão fotos do filme Exodus, do diretor Otto Preminger, com Paul Newman e Eve-Marie Saint nos papéis principais.




"Um dos livros mais comentados dentre os êxitos de livraria dos últimos anos, Exodus é, antes de mais nada, um romance em que a história do Estado de Israel é narrada com tanta riqueza de informacões, que proporciona ao leitor um manancial de conhecimentos sobre os povos do Oriente Médio, suas lutas e contrastes. É um romance singular, que narra na aventura e no drama o que foi uma das grandes epopéias dos tempos modernos: a criacão de um país independente e forte onde antes só existia um deserto.





Se se tratasse, porém, só desta narrativa, correria Leon Uris o risco de escrever um livro comum, repleto de feitos heróicos, mas sem maior significacão para os leitores em geral, não interessados diretamente na formacão do Estado judaico. O interesse desse romance resulta, isto sim, dos grandes painéis que Uris vai escrevendo, à medida que surgem os personagens.





É assim que conhecemos a família Landau, na Polônia - o drama do ghetto, sua rebelião contra os nazistas. E a Alemanha de antes da guerra: a perseguicão contra os judeus, as fugas para o exterior, pais e filhos separados. A crueldade e animalidade nos campos de concentracão. a sobrevivência dos espertos. A degradacão da condicão humana. A Rússia tzarista e o cultivo das mais sagradas tradicões judaicas pelas comunidades, sempre perseguidas.






O terror dos pogroms, as implacáveis matancas - tanto mais implacáveis quanto mais periódicas, sistemáticas, gratuitas. O alvorecer do século 20 encontra na Palestina os pioneiros das comunidades agrícolas judaicas, esbocando o que viria a ser o Estado de Israel. O sionismo se torna uma realidade: alastra-se no Ocidente e favorece a implantacão das comunidades judaicas. A Segunda Guerra Mundial é o momento decisivo para a imigracão em demanda na Palestina.





Aos os horrores dos campos de concentracão, novos campos de concentracão: os que recolhem os imigrantes ilegais. E, finalmente, dentro da própria Palestina, a luta mortal contra os árabes, que até hoje prossegue. Ben Canaan, Kitty, Zev Gilboa, são alguns dos muitos personagens que o leitor encontrará neste romance-rio, onde é praticamente impossível distinguir realidade da ficcão. Comovente, autêntico, sincero, grandioso em diversas passagens, Exodus é um dos marcos da literatura de nossa época. Esta reedicão, de há muito exigida pelo público brasileiro, revista e melhorada, é uma prova incontestável do talento de Leon Uris."

E acrescento: comumente, quando vejo um filme e leio o livro em que foi baseado, minha preferência vai para o que li ou assisti primeiro. Com Exodus não foi diferente. Li o livro, como escrevi no início, que causou um impacto em mim, e decididamente considero o melhor livro que já li na minha vida, após a Bíblia. Assistindo ao filme, anos mais tarde, comecei a comparar as personagens de ambos em detrimento dos bons atores Eve-Marie Saint (Kitty), Sal Mineo (Dov) e Lee J. Cobb. Quanto ao ator Paul Newman, uma excecão, achei-o magistral ao interpretar o forte Ari Ben Canaan!

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Paul Newman, que faleceu recentemente com 83 anos, era filho de um pai judeu com mãe católica. Identificou-se sempre como judeu, e declarava que ao agir assim "era mais do que um desafio!" Foi ator, diretor, filantropo, ativista liberal, além de participar de corridas de carro. Sua segunda esposa foi Joanne Woodward, e teve cinco filhos e dois netos.



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O navio Exodus, citado no livro, que em 1947 levou 4.515 emigrantes judeus adultos e 655 criancas, sobreviventes de diferentes campos de concentracão, para a Palestina. Jornalistas do mundo inteiro criticaram a dureza e a crueldade dos britânicos por não deixarem o navio rumar ao seu destino, a Terra Prometida dos judeus, em cumprimento a muitas profecias milenares, o que aconteceu somente após muitas tentativas frustradas. A frase tornou-se famosa: "Os alemães nos mataram e os ingleses não nos deixam viver". (Leia mais no Google - navio Exodus Chipre)




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Viagem a Israel - abril 1986



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L i n k s



Livros em português da autoria de Leon Uris que possuo: Exodus, QBVII e Mila 18, este baseado no levante do gueto de Varsóvia (à venda em livrarias brasileiras).


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Acesse o


http://www.youtube.com/


e ouca a música-tema do filme Exodus por Pat Boone, Mantovani e sua orquestra etc.


This land is mine, God gave this land to me/ This brave and ancient land to me/ And when the morning sun reveals her hills and plain/ Then I see a land where children can run free/ So take my hand and walk this land with me/ And walk this lovely land with me/ Though I am just a man, when you are by my side/ With the help of God, I know I can be strong/ Though I am just a man, when you are by my side/ With the help of God, I know I can be strong/ To make this land our home/ If I must fight, I'll fight to make this land our own/ Until I die, this land is mine .


(Ernest Gold, que ganhou um Oscar pela música)



Esta terra é minha, Deus deu esta terra para mim/ Esta terra, brava e antiga, para mim/ E quando o sol da manhã revela suas colinas e planícies/ eu vejo uma terra onde as criancas podem correr livres./ Então, tome minha mão e caminhe por esta bonita terra comigo/ Embora eu seja apenas um homem, quando você está ao meu lado/ Com a ajuda de Deus eu sei que eu posso ser forte, para fazer esta terra o nosso lar/ Se eu devo lutar, eu lutarei para fazer esta terra nossa/ Até eu morrer, esta terra é minha. (traducão literal)




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Comunidades do Orkut: Exodus e Leon Uris






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Veja no Índice de todos os meus tópicos:



Visita a Auschwitz-Birkenau/Museu Anne Frank em Amsterdam/De trem pela Europa - Bergen-Belsen (visita ao campo de concentracão), além de outros citando heróis que protegeram judeus durante a guerra.