Paulo Franke

15 março, 2009

Do filme que passou, a FILMELÂNDIA que ficou.

Postagem dedicada aos meus amigos cinéfilos


Quando, no início dos anos 80, visitei Hollywood, fiquei admirado ao ver em uma vitrine vídeos de muitos filmes à venda, alguns a que eu já assistira. Um deles o "Juventude Transviada" (Rebel without a Cause), com James Dean e Natalie Wood, que tanto tocara o coração dos jovens na década de 50. Não tive dinheiro para adquirir nem um sequer - e confesso que nem sabia como a coisa "funcionava" - mas a grana deu pelo menos para comprar a foto abaixo.






Era de admirar que nos States se podia assistir nossos próprios filmes pela televisão, na nossa própria casa! Quando tal modernidade chegaria ao Brasil? (Se já havia chegado não era do meu conhecimento, pois cinema de fato frequentara direto somente na década de 50). Hoje temos trocado os vídeos dos nossos filmes favoritos por DVDs - ou então vamos à loja e os locamos - e consideramos isso algo tão corriqueiro a ponto de não valorizarmos o privilégio de, do sofá de nossa sala, assistirmos a um filme recém-lançado ou a um em especial de que gostamos tanto. Damo-nos ao direito até de tirar uma soneca durante alguns momentos ou então de fazermos uma pausa para continuarmos depois, quando e se tivermos vontade...

Nascido em 1943, eu era adolescente na década de 50. Sendo assim, nada de admirar, meu passatempo preferido era ir ao cinema o maior número de vezes possível. Naquele tempo havia algumas opções de revermos de alguma forma os nossos filmes favoritos.


Uma delas era a de esperar que fosse reprisado algum dia em um dos cinemas da cidade, o que ficávamos torcendo para que acontecesse um dia. Naquele tempo nas capitais o filme permanecia em cartaz às vezes durante semanas - no interior no máximo dois ou três dias.


Outra opção era ouvirmos pela rádio local, no meu caso a Rádio Pelotense, no programa do locutor Paulo Corrêa, o programa "Do filme que passou, a melodia que ficou". Escrevíamos ao programa e o acompanhávamos para em algum dia ouvirmos o nosso nome e a música do filme que pedíramos. Parava tudo à volta, pois era o momento de nos recordarmos do filme através de sua música-tema. Quando comecei a trabalhar, boa parte de meu pequeno salário era reservada à compra de discos LP, a maioria de trilhas sonoras dos meus filmes preferidos, tesouro que considerava inestimável.


Outra opção ainda era a de comprarmos, no final dos anos 50, a revista FILMELÂNDIA, da Rio Gráfica Editora, e vermos fotos e lermos a narrativa dos filmes para recordarmo-nos de sua história ou de seu "enredo".


Tive a minha coleçãozinha da revista, mas as tantas viagens desde jovem obrigaram-me a simplificar e diminuir a bagagem, limitando-me a rasgar as páginas de alguns filmes e guardá-las.


A seguir, portanto, apresento algumas dessas páginas, frágeis, amareladas, mas preciosas, "escaneadas" devidamente pensando nos meus caros leitores, jovens que gostam de cinema antigo ou mesmo alguns de minha idade que se lembrarão da revista que nos fazia viver novamente o sonho de um bom filme nos anos dourados da década de 50.



A história de uma família quaker durante a Guerra de Secessão:





Um clássico cujas cenas mais impressionantes a meu ver são as dos cristãos morrendo nas arenas romanas, sob as ordens do imperador Nero (Peter Ustinov):





Grande sucesso para muitos jovens gaúchos - entre eles eu - que tinham "um fio de esperança" de se tornarem pilotos da VARIG...







Romanceada mas verídica, a emocionante história da missionária na China, Gladys Aylward:








E em cada número um filme na secão "Sucessos de Ontem" :






Um clássico do cinema do ano de 1949 (naquele ano um filme de "somente 10 anos atrás, hoje de 60"), "Quatro Destinos":







Páginas avulsas e incompletas:




Filme "O Diário de Anne Frank", com Millie Perkins no papel de Anne.



FILMELÂNDIA oferecia mais ainda aos seus leitores:










Ao cinema nacional eram reservadas duas páginas:




E agora, por que não deixar constar nesta postagem o "Será este o filme de sua vida?" para fazer pensar um pouco? O interessante e muito bom neste "filme" é que nós mesmos podemos mudar o seu roteiro ou o seu enredo - em qualquer idade - e transformá-lo em um filme com um maravilhoso happy end!


The end

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L i n k s :




Visitando Hollywood


http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/em-hollywood.html


As fotos de nossos artistas favoritos


http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/as-fotos-de-nossos-artistas-favoritos_16.html


Turnê à Universal Studios


http://paulofranke.blogspot.com/2007/11/turn-universal-studios-slides.html


O que era ir ao cinema na década de 50... e na de 20?


http://paulofranke.blogspot.com/2006/09/pelos-caminhos-pitorescos-do-cinema.html


Meu encontro com Victoria, filha de Charles Chaplin.



http://paulofranke.blogspot.com/2006/07/ele-era-importante.html


Do filme que passou, o CINEMIN que ficou.


http://paulofranke.blogspot.com/2009/10/do-filme-que-passou-o-cinemin-que-ficou.html


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Próxima postagem:



"O violinista no telhado" (Fiddler on the roof)

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