Paulo Franke

26 agosto, 2010

Iceberg - S.O.S. - Titanic

Estas três palavras parecem ter uma estreita conexão, a qual será o assunto desta postagem.

ICEBERG quer dizer montanha (berg) de gelo (ice).

S.O.S., sabemos, significa um pedido de socorro integrante do código internacional de sinais; o que talvez não saibamos é que se trata da abreviatura das palavras inglesas "Save Our Souls", cuja tradução é "Salvai nossas almas".

TITANIC é o famoso transatlântico que naufragou na sua viagem inaugural, emNegrito abril 1912.


Os povos nórdicos estão familiarizados com os icebergs, essas massas de gelo flutuantes, desprendidas da geleira polar, e chegando à elevação de 50 a 60 metros acima do nível do mar. Ameaça constante à navegação, a história registra muitas catástrofes marítimas ocasionadas pelos icebergs. Uma curiosodade dos icebergs é que invariavelmente a sua profundidade atinge dimensões superiores às apresentadas acima do nível do mar, constituindo-se em grande perigo e uma verdadeira armadilha às embarcações.

Tanto os icebergs qunto insistentes pedidos de S.O.S. e também o hino "Mais junto, ó Deus, a Ti" têm sido associados com o naufrágio do transatlântico Titanic, que em 1912 chocou-se com um iceberg a 1.600 milhas de Nova York, durante a sua viagem inaugural, desde a Inglaterra. Somente 600 pessoas sobreviveram nos poucos botes salva-vidas do transatlântico, e muitos dentro desses botes, nos momentos finais do Titanic, ouviram a banda do navio tocar "Mais junto, ó Deus, a Ti" enquanto passageiros que não puderam escapar cantavam o hino.


Assisti pela primeira vez a um filme sobre o Titanic, cuja história meu pai não cansava de contar-nos, em um cinema de bairro na minha cidade, na década de 50. Em preto-e-branco, foi estrelado por por Clifton Webb, Barbara Stanwyck, Audrey Dalton, Harper Carter e os novatos Robert Wagner e Edmund Purdom. Sem comparação em efeitos especiais com o filme de 1997, de James Cameron, que tantos Oscars conquistou, o filme também ganhou um prêmio da Academia de Cinema, em 1953. Veja no link abaixo, a cena final deste filme noir que também emocionou platéias.



http://www.youtube.com/watch?v=WL6YDt0DYJQ


Estas as palavras do hino que estão cantando antes de morrerem:

Mais junto, ó Deus, a Ti, mais junto a Ti, Inda que aflições eu tenha aqui, Aspiro ao gozo ali, Mais junto, ó Deus, a Ti, Mais junto, ó Deus, a Ti, mais junto a Ti.

E, quando ao pôr-do-sol, na solidão, Dormir cansado e só, meu leito o chão, Ver-me-ei, em sonho, ali, mais junto, ó Deus, a Ti, Mais junto, ó Deus, a Ti, mais junto a Ti.

Sejam meus passos, pois, degraus do céu; todas as provações, proveito meu, Já Teu amor senti, mais junto, ó Deus a Ti, Mais junto, ó Deus, a Ti, mais junto a Ti.

Pedra em Betel porei, vencida a dor, Meus dias encherei com Teu louvor. Viver, já decidi, mais junto, ó Deus, a Ti, Mais junto, ó Deus a Ti, mais junto a Ti.


Por trás do conhecido hino "Mais junto, ó Deus, a Ti" há tanto uma história de tragédia pessoal quanto nacional. Tem sido associado, como já mencionamos, com o naufrágio do transatlântico Titanic quando muitos sobreviventes, dentro dos botes, ouviram a banda do navio tocar "Mais junto, ó Deus, a Ti" enquanto passageiros que não puderam escapar cantavam o hino que foi escrito para o conforto pessoal de uma mulher.

Sarah Flower Adams, autora do hino, nasceu na Inglaterra em 1805. Sua mãe morreu quando a menina tinha somente 5 anos. O sonho de Sarah era tornar-se atriz, e começou uma carreira cheia de sucesso nos palcos de Londres, representando Lady Macbeth de Shakespeare. Sua saúde precária, no entanto, forçou-a a abandonar a carreira artística, transferindo seu talento para escrever. Com a saúde cada vez mais frágil, Sarah morreu aos quarenta e três anos. As palavras do hino que escreveu foram inspiradas no texto bíblico de Gênesis 28:11-17, a história de Jacó que, em meio à sua grande tristeza, sonhou com uma escada que alcançava o céu. A mensagem do conhecido hino lembra-nos a sua experiência, simbolizando também a peregrinação do cristão que, em meio a trevas e dificuldades, pode pela fé achegar-se mais junto a Deus.

O hino era o favorito do presidente americano, William McKinley, que foi assassinado no seu escritório. Enquanto agonizava, diz-se que sussurrou suas confortantes palavras. Em 19 de setembro de 1901, toda a nação americana parou e os cidadãos cantaram seu hino preferido, "Mais junto, ó Deus, a Ti".

O hino, que também tem sido cantado em muitos funerais, no mundo inteiro, foi cantado na cerimônia anglicana do enterro de meu saudoso pai e de minha saudosa mãe, em Pelotas-RS, nos anos de 1977 e 1992, respectivamente.

Que diante dos icebergs que surgem na nossa vida, quem sabe uma "cordilheira" deles - problemas de saúde, econômicos, familiares e uma série de imprevistos - surgidos em áreas que considerávamos "iceberg-free", possamos enviar um sincero e forte S.O.S. a Jesus Cristo, que virá salvar nossa alma com Sua perícia como Piloto por excelência, e como a Rocha.

Ele arroja o seu gelo em migalhas (Salmo 147:17) e, pela fé, poderemos provar o mesmo com relação aos icebergs traiçoeiros, dos quais Deus pode fazer migalhas e deixar livre a nossa trajetória pelo mar da vida!

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L i n k s:


Filme "Titanic", da década de 50; os que pereceram cantam o hino "Mais junto, ó Deus, a Ti":
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http://www.youtube.com/watch?v=WL6YDt0DYJQ
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Hino "Mais perto quero estar", versão semelhante, em português:
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http://www.youtube.com/watch?v=h90z46FtMIE&p=7F5944652A66BF74&index=6&playnext=3
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Acesse o link abaixo e saiba mais a respeito do naufrágio do Titanic, principalmente sobre os salvacionistas que nele pereceram e a ajuda que foi dada aos náufragos ao chegarem ao porto de Nova York:
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http://paulofranke.blogspot.com/2009/05/o-exercito-de-salvacao-e-o-titanic.html.
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Saiba histórias de autores de conhecidos hinos e o que os levou a escrevê-los:
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http://www.paulofranke-historiasdoshinos.blogspot.com/

20 agosto, 2010

Otto Frank e O diário # Clara Kramer e SEU diário.


Guardo, entre minha coleção de recortes, uma reportagem da revista Manchete, do ano de 1979, sobre Otto Frank (1889-1980), o pai de Anne Frank, um ano antes de morrer com 91 anos. A reportagem e fotos são de Andreas Thommen (Frontpage, Suíça). Acima, a foto de Anne, "como ela gostaria de ficar sempre"; a seguinte, a última fotografia, em companhia do pai e de duas amigas, antes da queda da Holanda. À esquerda, Otto Frank, na véspera de completar 90 anos, em visita ao esconderijo em Amsterdam, hoje transformado em museu (veja link abaixo).



Na sua casa na Suíça, lê o diário de sua filha Anne, que se tornou um best-seller. Otto Frank foi o único membro da família que, ao morrer, teve uma sepultura; sua mulher e filhas foram enterradas com centenas de outros em valas comuns (veja link: minha visita ao campo de concentração de Bergen-Belsen).


Na foto à esquerda, Otto lê uma passagem do Diário em que Anne escreve sobre sua mãe.

Fomos levados para Auschwitz, relembra. Quando nos separamos, tive a intuição de que minha mulher morreria logo. Naquele momento senti que ela não queria mais viver. Mas eu pensava que um dia iria rever minhas filhas...

Um dia uma garota me reconheceu. Tinha sido colega de Anne em Amsterdam. Apresentou-me à sua mãe, ambas sobreviventes. Esta mulher, que se chama Elfride (Fritzi) e que perdeu o marido e um filho no Holocausto, é atualmente minha esposa (nas fotos, em visita ao museu em Amsterdam e mostrando uma recordação da audiência que o Papa João 23 concedeu ao casal).

A história de Anne Frank, inclusive seus últimos dias, conhecida de muitos de meus leitores, pode ser encontrada em pelo menos duas postagens, as quais indico nos links abaixo.



Acima, a chamada "Árvore de Anne Frank", plantada nos fundos do prédio muito tempo antes de a família se esconder. O mapa do Anexo Secreto, que obtive ao visitar o Museu, em 1973.
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"Miep Gies, em 1945 e hoje". A fiel protetora dos judeus escondidos no escritório do prédio onde trabalhava, morreu recentemente e sua morte foi noticiada no mundo inteiro. Veja-a em depoimentos no youTube (links).




















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E falar em noticiar, o diário e a história de Anne Frank foram tema do Strijkreek, órgão oficial do Exército de Salvação (Leger des Heils) em idioma holandês (Stridsropet em sueco, Sotahuuto em finlandês e "Brado de Guerra" em português). Como editor do nosso jornal no Brasil, dediquei a capa de um número da década de 90, que enfocava o Dia dos Pais, a Otto Frank, na foto com suas filhinhas Margot e Anne).
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Por recomendação de uma nova amiga do Orkut, encomendei o livro "A Guerra de Clara" da biblioteca da capital Helsinki e o li em inglês. Levei um bom tempo para lê-lo... primeiro porque queria absorver cada lance da dramática história e também porque, aproveitando o lindo verão que tivemos este ano na Finlândia, decidi que o leria à beira do lago perto do castelo e em nenhum outro lugar. Ali, em um belo ambiente, mais pacífico impossível, conheci a história atribulada de Clara Kramer, um livro que recomendo altamente aos leitores do meu blog.

Você perde seus entes queridos e ainda assim quer viver.

Depois que os nazistas tomaram a pequena cidade polonesa de Zolkiew, hoje pertencente à Ucrânia, a vida da judia Clara, de 15 anos, nunca mais foi a mesma. Enquanto outros judeus da pequena comunidade eram executados ou deportados, a família de Clara e outros, em um total de 18 pessoas, esconderam-se em um bunker cavado à mão. Sobre eles, a casa onde viviam os alemães Becks.

Beck era um alcoolista - professo "anti-semita" - que foi um herói inesperado que arriscou sua vida através da guerra para guardar de forma segura os seus abrigados, inclusive por quase dois anos providenciando-lhes água e alimentação.

A vida sob sua proteção era imprevisível. Suas noites de bebedeira... seus hóspedes da SS... o affair com alguém que viva no bunker... parecia que as famílias escondidas tinham mais a temer o próprio Beck do que a guerra.

Sessenta anos mais tarde, Clara resolveu escrever o seu depoimento, baseado no diário que começou a escrever no esconderijo, incentivada por sua mãe e hoje preservado em um museu em Washington-DC. O livro A Guerra de Clara é lírico, dramático e, apesar das piores circunstâncias, é uma história verdadeira de esperança e sobrevivência.

- Traduzido da contracapa da edição em inglês.

Nota - Beck e Julia, protetores dos judeus por quase dois anos no porão da casa onde moravam, foram homenageados com uma árvore na Avenida dos Justos, no Museu do Holocausto Yad-Vashem, em Jerusalém. Se eu tivesse conhecido uns meses antes a dramática história deste livro, certamente teria fotografado a árvore quando por ocasião de minha segunda visita ao museu, em abril deste ano.



Clara com seu pai e irmã mais jovem; abaixo, seus avós.



Em foto recente, com 81 anos, em sua casa em New Jersey-EUA, com as duas "crianças", irmãos que também foram abrigados no esconderijo na casa de Beck.
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L i n k s
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(Veja outros videos com depoimentos de Miep Gies etc.)
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QUANDO A SEGUNDA GUERRA COMECOU...

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http://paulofranke.blogspot.com/2008/11/quando-segunda-guerra-comecou-ajcronin.html



15 agosto, 2010

Livro O EGÍPCIO - filme com um grande elenco!






o LIVRO










o FILME



o AUTOR


O finlandês Mika Waltari nasceu na capital Helsinki em 19 de setembro de 1908 e morreu em 26 de agosto de 1979. Waltari perdeu o pai, um pastor luterano, aos cinco anos de idade. Durante sua infância, presenciou a Guerra Civil Finlandesa. Na juventude, ingressou na Universidade de Helsinki para estudar teologia, de acordo com o desejo da mãe, mas logo abandonou-a pela filosofia e pela literatura, graduando-se em 1929. Enquanto estudava, contribuía para artigos em revistas e escrevia poesias e contos, sendo seu primeiro livro publicado em 1925. Em 1927 foi para Paris onde escreveu um de seus maiores romances, "A grande ilusão", uma história de vida boêmia. Casou-se em 1931 com Marjatta e tiveram uma filha, Satu, que também se tornou escritora.

Durante as décadas de 1930 e 1940, Waltari trabalhou como jornalista e crítico, escrevendo para um grande número de jornais e revistas e viajando por toda a Europa. Também foi diretor da revista Suomen Kuvalehti. Ao mesmo tempo, continuou escrevendo livros de vários gêneros, movendo-se facilmente de um estilo literário para outro. Em 1945 foi publicado o seu primeiro e mais bem-sucedido romance histórico, "O Egípcio", que fala sobre corrupção e valores humanos em um mundo materialista justamente depois da Segunda Guerra Mundial. O livro tornou-se um best-seller internacional, servindo de base para um filme de Hollywood do mesmo nome.

Waltari escreveu outras sete obras históricas, baseadas em várias culturas antigas, como por exemplo "The dark angel" (O anjo negro), transcorrida durante a queda Itálicode Constantinopla em 1453. Nessas obras, Waltari dava bastante destaque ao seu pessimismo e, em duas histórias ambientadas no Império Romano, à sua convicção cristã, como no livro "The Secret of the Kingdom" (Valtakunnan Salaisuus). Tornou-se membro da Academia Finlandesa em 1957 e recebeu título de doutor honorável em 1979 pela Universidade de Åbo-Turku. Waltari foi um dos mais prolíficos escritores da Finlândia e é considerado o seu mais conhecido escritor. Seus trabalhos foram traduzidos para mais de 40 idiomas. (transcrito de Wikipedia)



Assisti ao filme "O Egípcio", do escritor Mika Waltari, na década de 50, quando, adolescente, frequentava muito cinema. Gostava muito do desempenho do ator Edmund Purdom, citado recentemente no meu blog em "O Príncipe Estudante" que, por desistência do cantor Mario Lanza, ganhou o papel e inclusive de dublá-lo - de forma magnífica - durante Itálicotodo o filme, baseado em uma famosa opereta. Lendo agora sobre seu papel como Sinuhe em "O Egípcio", constatei a coincidência: o papel principal fora dado a Marlon Brando, mas Edmund Purdom "socorreu" o diretor Michael Curtiz (o mesmo de "Casablanca") e o produtor Darryl Zanuck, quando o famoso ator, por algum motivo, desistiu do papel quase na última hora de iniciar a filmagem em cinemaScope de 1954, da Twentieth Century Fox. Outro desempenho do ator que muito me tocou na época foi o de filho pródigo, no filme do mesmo nome (The Prodigal). Aqui, a minha homenagem ao magnífico Edmund Purdom, o ator inglês que morreu com 84 anos, no dia 1 de janeiro de 2009, em Roma.


O autor Mika Waltari ambientou seu romance em uma época séculos antes do nascimento de Jesus Cristo. O bem-sucedido jovem médico Sinuhe, sempre acompanhado de seu servo Kaptah (Peter Ustinov) e apaixonado por Merit (Jean Simmons), presta assistência ao epilético faraó Akhnaton (Michael Wilding) que, convencido da existência de um único deus, enfurece os sacerdotes politeístas que secretamente planejam o seu assassinato.

O affair de Sinuhe com Nefer (Bella Darvi) muda o curso da história, enquanto que Merit, uma monoteísta, seguidora das idéias do faraó, é assassinada por uma flecha que acerta o seu coração. O faraó é também assassinado, por Horemheb (Victor Mature), que sobe ao trono.

Com sua carreira arruinada, Sinuhe leva os corpos de seus pais para serem embalsamados na casa dos mortos, ele próprio tendo de trabalhar no lúgubre lugar.

Até onde vai a minha memória, o filme finaliza com Sinuhe, velho, no deserto, adorando ao Único Deus, a exemplo do faraó Aknahton.



Um romance que deve ser lido

- certamente existe à venda

em português - e um filme que

deve ser procurado

nestes dias em que

películas

dos anos 50 podem ser

encomendadas em DVD.

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L i n k:


"No Agito do Egito", quando visitei a terra dos faraós e comprei o prato de alabastro (Mateus 26) como souvenir:

http://paulofranke.blogspot.com/2008/01/no-agito-do-egito.html

13 agosto, 2010

Da selva de pedra à selva brasileira (nós no Rádio)

Quando estivemos entre os índios sem nunca termos ido à selva...



Considero-me um homem do asfalto, tendo trabalhado para Deus na maior parte do meu ministério em grandes cidades. A foto mais "selvática" que tenho talvez seja esta, quando visitei pela primeira vez as Cataratas do Iguaçu. Tão inspirado por tudo o que me rodeava, só pude abrir minha Bíblia e pedir ao amigo que me acompanhava que registrasse em foto aquele sublime momento em que louvávamos o Senhor da Natureza por tudo de belo que criara, as Cataratas do Iguaçu na lista dos lugares mais lindos que já conheci.


A cidade onde moramos mais tempo durante o nosso ministério salvacionista foi São Paulo. A foto mostra o edifício de nossa sede/quartel nacional do Exército de Salvação do Brasil, no bairro Bosque da Saúde, bem próxima à estação Praça da Árvore do metrô. Antes de sermos transferidos para a Finlândia, em 1999, quis tirar esta foto como lembrança, e nela posso tanto ver as janelas do nosso escritório quanto as do apartamento onde morávamos, cuja vista dava para uma "selva de pedra" a perder -se de vista. E ao lado de nosso escritório, o estúdio de gravação.





Quando o Exército de Salvação no Brasil foi dirigido pelo Coronel David Gruer, de 1991-1999, recebemos deste líder nacional a incumbência de produzirmos e apresentarmos um programa radiofônico. A sede brasileira da potente Rádio Transmundial (Transworld Radio), de ondas curtas, foi contatada e logo gravávamos, Anneli e eu, o primeiro de quase cem programas que iam ao ar semanalmente. Inicialmente, gravávamos o programa no estúdio da RTM até termos o nosso próprio estúdio.


Como o teu nome, ó Deus, assim se estende o teu louvor até... (Salmo 48:10). As reticências eram propositais, significando que o louvor a Deus não tem limite e atinge os mais afastados rincões do planeta. No caso do nosso programa, as 500 cidades brasileiras que as ondas da RTM alcançava, principalmente locais onde outras emissoras de rádio ou mesmo de TV não chegavam (ver site da Rádiotransmundial abaixo).

Tendo na época recebido do nosso Quartel Internacional em Londres uma substancial doação para impressão de A Bíblia Viva, isso significou uma ferramenta preciosa para o nosso programa, que era não somente irradiado pela RTM, mas também em outras emissoras em algumas cidades brasileiras.

Um concurso bíblico foi inserido no programa e a quem respondesse às perguntas, uma Bíblia Viva era enviada pelos correios.

Cartas chegavam ao nosso departamento diariamente e eu escolhia frases-chaves e publicava-as no jornal que era também produzido no nosso departamento, que incluía também traducões, sob a responsabilidade de minha esposa.



Foi tocante receber de Rosinete Campos, dedicada missionária entre os índios Parecís, no Mato Grosso, os estudos bíblicos preparados pelo seu grupo (foto), que ouvia a cada programa irradiado pela RTM.





Sem saber como retribuir as tantas Bíblias que chegavam à tribo, consideradas presentes de muito valor, a missionária enviou-nos algo que guardo com carinho até hoje, inclusive exibindo em muito lugares onde passo na Finlândia: um Novo Testamento em língua parecís.

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(Sem contato com a missionária pela nossa transferência para o extremo norte do mundo, onde estamos há precisamente 11 anos, agradeceria se algum leitor de meu blog - cujo "pontinho" significando onde leitores o têm acessado às vezes está sobre cidades do norte do Brasil - que conhecesse a missionária, que entrasse em contato comigo através deste blog.)

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Quando morávamos no sul de Minas, certa vez assistimos a uma conferência de obreiros que trabalhavam entre índios, no Instituto Peniel/Novas Tribos. E o que ouvi sobre a importância de pregar-lhes a Palavra de Deus de fato nunca me esqueci. Tomando um exemplo somente, a proximidade das cachoeiras lhes assusta, pois crêem que os espíritos dos mortos nelas habita. Mesmo crianças são proibídas de banharem-se. Quando lhes chega a luz do Evangelho, são libertas de crenças que lhes incute medo e trevas, como essa, e adultos e crianças divertem-se nas quedas de água, profusas nos rios de certas regiões próximas às tribos. Isso sem mencionar a libertação do maléfico alcoolismo que aflige a muitos indígenas.
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Propositalmente, fotografei esta passagem de Atos 10-11, na língua parecís, em que o apóstolo Pedro conta a sua visão de um grande lençol que descia do céu com toda a espécie de animais e répteis e aves que os judeus não comiam por serem considerados impuros, e, à ordem do Senhor, ele deveria comer. Essa passagem bíblica, de extrema importância, marca a ocasião quando o grupo de seguidores de Jesus, ameaçado de tornar-se somente uma seita judáica, rompeu fronteiras, unindo os gentios, homens e mulheres de toda raça, tribo e nação na maior religião do mundo, o Cristianismo.


O programa
"O Louvor da Salvação"
levava boa música sacra
a grandes
e pequenas
cidades brasileiras
e mesmo a
povoados
e tribos remotos.


Muitas vezes eu imaginava indígenas reunidos em volta de um rádio ouvindo bandas salvacionistas de Londres ou corais e conjuntos do Brasil e de outros países.

A foto mostra-nos com índios que procuravam ajuda material e também ouviam o Evangelho que era pregado no Corpo Central de São Paulo, no bairro da Liberdade.
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O programa "O Louvor da Salvação"
teve continuidade,
e o leitor poderá ouvi-lo
em ondas curtas
através da
Rádio Trans Mundial,
cujo site se acessado
poderá esclarecê-lo a
respeito dessa
potente emissora
mundial, uma
força a serviço da
difusão do Evangelho,
a toda a raça, tribo e nação.
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11 agosto, 2010

DROGAS: David, um Kennedy esquecido...

Esta postagem foi inicialmente publicada no "Brado de Guerra-contra todo o mal", em 1984, quando eu era o redator do nosso jornal. Após tantos anos, ainda é de uma atualidade impressionante, razão por que a publico no meu blog.

Seus pais certamente pensaram em Davi ao lhe darem o nome do jovem pastor que se tornou rei de Israel. David, porém, nunca aspirou à presidência - o sonho de alguns homens de sua família - e, nesse sentido, não correspondeu ao rei que lhe inspirou o nome, o qual, escolhido por Deus, tanto benefício trouxe à nação israelita! Não foi rei, muito menos pastor. Foi, sim, uma ovelha. A ovelha negra da família Kennedy? Não, uma ovelha desprotegida, desorientada, traumatizada.
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Em 1968, com 12 anos de idade, acompanhou o pai em sua campanha eleitoral na Califórnia. Seu pai, mais do que o Senador Robert Kennedy, candidato à presidência dos Estados Unidos da América, era o herói que o havia salvo, naquela tarde, quando a onda o puxara para o alto-mar. Horas mais tarde, no hotel, assistia, orgulhoso, a todos os lances da campanha pela TV. E então a tragédia acontece: o Senador Bob Kennedy é baleado na cabeça, e o pequeno David, sozinho, assiste as cenas de seu herói ensanguentado agonizar. Na confusão, ninguém soube de David por várias horas. Quando o descobriram, estava sentado diante do televisor, incapaz de falar.
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Jamais se recuperou. Tornou-se uma ovelha perdida e órfã, que foi achada e adotada... pelas drogas, que passou a experimentar não muito tempo depois do assassinato de seu pai. De nada resultaram os tratamentos em clínicas especializadas, o fato de pertencer à famosa família Kennedy e tudo possuir em termos materiais. Não encontrara, porém, a fé de Davi e sua certeza de que "O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará" (Salmo 23:1). No dia 18 de abril de 1984, David, 28 anos, foi encontrado morto no quarto de um hotel em Palm Beach, "uma triste e particular capitulação às drogas".
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Sua morte trágica é um alerta a todos os jovens, a que evitem vigorosamente as drogas. "Mas como evitar e vencer esse monstro que a tantos tem devorado?", pode ser a pergunta dos jovens e de seus pais. Não faz muito soube de um programa que reuniu representantes de grupos especializados no tratamento e recuperação de viciados em drogas. À pergunta de qual a porcentagem de recuperação nos diferentes grupos, médicos, psicólogos e assistentes sociais confessaram o pouco resultado obtido nos tratamentos conhecidos, apesar de bilhões de dólares serem gastos pelo governo americano. Então a entrevistadora fez a mesma pergunta ao representante do "Desafio Jovem" (Teen Challenge), iniciado pelo pastor David Wilkerson, grupo que também existe no Brasil, e todos ouviram, estupefatos: "85% dos que nos procuram são libertos das drogas pelo poder de Jesus Cristo!"
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Jesus advertiu: "O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir..." E Sua é a promessa , conforme continua o versículo: "... eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" (João 10:10). Disse também: "Eu sou o bom Pastor (João 10:11). Entre os crentes, muitas vezes desprezados, perseguidos e motivo de zombaria, estão pessoas que testemunham de suas vidas transformadas desde que aceitaram a Jesus com Salvador pessoal. E essas transformações muitas vezes são verdadeiras libertações das drogas, da prostituição, da depressão e de todas as formas de pecado imagináveis, pois Ele é o único Libertador dos males que afligem os homens.


Em 1984,
Joseph P. Kennedy II,
irmão de David,
entrega um
cheque ao
Capitão G. Bobbit,
responsável pelo
Departamento Familiar
do Canadá,
como parteItálico
do programa
Home Oil Transfer,
inspirado por
Bob Kennedy,
seu pai.



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Visite também o meu novo blog sobre histórias por trás de hinos,

uma inspiração - e quem sabe alavanca - para a sua vida:

http://www.paulofranke-historiasdoshinos.blogspot.com/

09 agosto, 2010

Bíblia x pornografia / armas x Bíblia

Bíblia x pornografia




A noticia que chocou o meio cristão finlandês diz respeito a uma nova campanha que os "pensadores livres" fizeram em Helsinki neste verão.

Quem quisesse podia trazer a eles uma Biblia, Corão ou outro livro religioso para ser trocado, em uma praça da cidade, por uma revista pornografica. Vi na Tv que muitas pessoas o fizeram, apesar de protestos imediatos de pastores e outros cristãos.

Uma editora evangélica contra-atacou: "Quem quiser pode trazer uma revista pornográfica para ser trocada por um Novo Testamento".

Durante a primeira campanha, cristãos protestaram e deram queixa à policia declarando que os ateístas com sua campanha estavam infringindo a lei da liberdade religiosa e a a lei de proteção a menores de idade.

A notícia continuou na semana seguinte:

Quatro pessoas vieram trocar revistas pornográficas por Bíblias. O primeiro quis destroçar a revista por ter ficado abalado com o conteúdo. Alem da Bíblia, os quatro ganharam uma Tosimies, revista que promove o homem sério e de caráter. A editora não está mais recebendo revistas, mas distribuirá gratuitamente Novos Testamentos durante o verão. Negrito

Durante a primeira campanha foram recebidas cerca de 250 Biblias em troca das revistas, segundo os "pensadores livres" em seu site. Disseram também que as Bíblias serão usadas para o avanço da arte e da ciência (seja lá o que for que queiram dizer com isso).
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Kyrkpressen


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Exército de Salvação em Papua Nova Guiné troca armas por Bíblias.




Em Okapa, região remota daquele país, seis vilas, três de cada lado,
estão em pé de guerra há mais de duas décadas.
Muitas crianças estão também sendo recrutadas para a guerra. As
mães assistem com tristeza a curta infância dos meninos que, tão
logo chegam à adolescência, são levados para serem treinados a
lutar. Algumas mães chegam ao extremo de matarem seus recém-nascidos
do sexo masculino na esperança de acabar com a guerra.

Recentemente o povo dos vilarejos tem ouvido falar do programa de
Reforma e Avanço Comunitário, lançado pelo Exército de Salvação.
Os Capitães Michael Hemuno e o Sr. Danny Glendumm têm visitado
a região do conflito e levantado a possibilidade de estabelecer um
acordo de paz, para isso integrando-se tanto na comunidade quanto
no campo militar o que resultou na participação de mesmo guerrilheiros
ativos nos grupos de discussão e aconselhamento, visando acalmar a situação.

Em uma cerimônia especial foram trocadas 300 Bíblias por armas.
Um homem, que se fez acompanhar de seu filho, derramou-se em lágrimas, explicando aos salvacionistas que não desejava para o seu filho o mesmo tipo de vida que vinha levando. Queria que seu filho crescesse sem ter de aprender a usar armas ou a odiar as demais vilas.

Os líderes de ambas as facções solicitaram ao governo que destine uma verba, visando o desenvolvimento da região, para três grandes igrejas: Novas Tribos, Igreja Luterana e Exército de Salvação. Estes recursos permitirão a construção de centros de saúde e escolas.

Revista RUMO
Extraído do site
http://www.salvationarmy.org/


07 agosto, 2010

Meu segundo BLOG - Histórias dos Hinos


Na década de 80 comecei a interessar-me por algo novo em matéria de literatura e música: saber a história "por trás" de hinos conhecidos alguns desde a infância.
Tão interessado e inspirado fiquei em descobrir a razão pela qual poetas ou mesmo pessoas comuns escreveram hinos até hoje cantados - muitas vezes enfrentando tragédia, doença e infortúnio - que comparei ao abrir de um baú contendo um tesouro inestimável em seu interior.

Publiquei, de uma forma bem caseira, um livreto cuja aceitação foi muito boa, "O Louvor da Salvação", nome o qual depois de alguns anos foi chamado o programa radiofônico que Anneli e eu levamos ao ar, com continuação até hoje. Como recebemos transferência para trabalhar em outro país do mundo salvacionista, não continuei minha pesquisa sobre os hinos. Guardei, no entanto, velhos livros e livretos, páginas soltas de antigas e novas publicações sobre o assunto... até um dia!

Com o valioso auxílio da Internet, este dia chegou; portanto, anuncio que "nasceu" meu novo blog, ao qual acrescentarei histórias de hinos a cada semana, para a bênção e inspiração dos meus caros leitores de qualquer religião cristã (mesmo não conhecendo o hino em questão, poderá ser abençoado com a letra que será também publicada a partir da segunda postagem).

Publicarei nesse segundo blog - citando a fonte de minha pesquisa - histórias de hinos do Hinário Salvacionista (Cancioneiro) que constam na 7a edição, do ano de 1999, coordenada em nossa Sede/Quartel Nacional em São Paulo, pelo Comissário Carl S.Eliasen, em cujo conselho, juntamente com outros colegas, tive o privilégio de participar antes de transferir-me para a Finlândia naquele mesmo ano.

Um grande número de hinos do referido cancioneiro é o mesmo do que os dos hinários de outras igrejas evangélicas, portanto muitos leitores sentirão que a matéria de meu segundo blog lhes será bastante familiar.

Leia e recomende o meu segundo blog, o que me deixará muito agradecido:

http://paulofranke-historiasdoshinos.blogspot.com/

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01 agosto, 2010

Pode o ESPÍRITO SANTO manifestar-Se dignamente?

Um artigo de Erik Bernspang, autor sueco de mais de 50 livros, traduzido do idioma finlandês e publicado em revistas salvacionistas em sueco, finlandês e português.


De uma coisa estou certo: se ler este longo - sábio, elucidativo e equilibrado - artigo até o final será edificado e seus pontos de interrogação quem sabe desfeitos quanto à verdadeira ação do Espírito em face dos abusos que, infelizmente, vemos em muitas igrejas.


Musical salvacionista ESPÍRITO com elenco holandês.


Muitas pessoas temem o Espírito Santo. Acham que Ele se manifesta de forma muito estranha! Em reuniões e cultos há barulho e gritaria e conta-se até casos muito imaginativos de como sob sua influência pessoas atiram-se ao chão e enviam maus espíritos em sacos plásticos, sem mencionar tudo o mais que se tem contado a respeito.

Muitos desses casos são fantasia, sem verdade alguma, no entanto sempre houve e haverá pessoas imaturas que não têm a capacidade de comportar-se de forma equilibrada. Essas pessoas, porém são também bem-vindas no Reino de Deus. Lamentavelmente, o Espírito Santo tem sido culpado de muitas peculiaridades que tais pessoas imaturas têm demonstrado.

O exagero e as esquisitices que têm surgido não nos dão, entretanto, o direito de desprezar a Palavra de Deus. É pura verdade que alguns, por ignorância, têm utilizado de modo errado os dons do Espírito Santo. Outros, ao usarem esses dons não se tem apresentado muito dignamente.

Por exemplo, tem acontecido que alguns, de maneira desagradável a outros, têm gritado em vez de falar com calma e dignidade ao profetizarem. Porém essas fraquezas humanas não nos livram do dever perante a Palavra de Deus. Temos ainda o dever de, com entusiasmo, procurar os melhores dons espirituais. Procurai, com zelo, os melhores dons (1 Coríntios 12:31). Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais (1 Coríntios 14:1).

O que singnifica, então, o uso errado e o exagero? Muito do que se tem chamado exagero tem sido demonstração saudável e genuína do Espírito Santo. Temos a tendência de condenar como exagero tudo o que se desvia do padrão a que estamos acostumados. Devemos reconhecer, no entanto, que alguns de nossos padrões de comportamento são de fato sinais de morte espiritual.

No nosso modo espiritual de agir, pode haver particularidades as quais o Espírito Santo queira mudar radicalmente. Se as demonstrações do Espírito parecem duvidosas, você deve esclarecer no que se baseiam as suas dúvidas. Não é tão certo que sua atitude negativa tenha-se ocorrido pelo uso erroneo dos dons espirituais. A causa pode estar na sua falta de vontade de obedecer a Deus. O uso errado, que outros têm feito dos dons espirituais, pode tornar-se um pretexto muito bem-vindo para você!

Itálico

Musical ESPÍRITO, elenco americano.

Continuando, não quero escrever nenhuma palavra para defender o comportamento imaturo, que tão má impressão causa às pessoas. Quem dera que nós, que amamos o Espírito Santo e que procuramos conseguir os dons espirituais, sempre tivéssemos como exemplo Jesus e Seus apóstolos para que não envergonhássemos o Evangelho, ao qual queremos dar honra! No falar deles muitas vezes havia poder e tremenda influência, no entanto não gritavam até ficarem roucos e nem precisavam esgotar suas forças físicas ao extremo. Às vezes, seu falar era suave sem que seu comportamento fosse desagradavelmente sentimental. Bom seria se também nós conseguíssemos reconhecer a nossa necessidade de maturidade espiritual e receber do Senhor tanto o amor quanto a força.
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As alternativas de forma alguma são a super-espiritualidade não-espiritual ou a indiferença sem espírito. Deus quer que Seus filhos alcancem tal maturidade espiritual que culmine na plenitude de Cristo. Nesse caso, então, não se trata em primeiro lugar do comportamento, mas do crescimento espiritual, embora o comportamento exterior muitas vezes demonstre o crescimento interior. Veja como somos ensinados: Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar, e não proibais o falar em outras línguas. Tudo, porém seja feito com decência e ordem (1 Coríntios 14:39-40).

Musical ESPÍRITO, elenco brasileiro (Teatro de Cultura Artística, São Paulo)


Temos observado que a fraqueza vai para duas direções. Graças sejam dadas a Deus porque Ele é misericordioso para conosco, os fracos. Deixemos de lado, no entanto, a fraqueza humana para observarmos somente o modo genuíno do Espírito.

Pode o Espírito Santo manifestar-Se dignamente? Quando o Espírito Santo no Pentecoste desceu sobre os discípulos em Jerusalém, caiu por terra seu espírito de isolacionismo e vieram à frente do povo. Os discípulos comportaram-se de outra forma e não mais de acordo com os modos estabelecidos de comportamento. Foram tomados de alegria, a qual não podiam conter. As pessoas não-espirituais e indiferentes, que não estavam desejosas de ver no que estava acontecendo a maravilha de Deus, argumentavam que eles estavam embriagados (Atos 2:13). Daí em diante tem acontecido muitas vezes que o Espírito Santo tem enchido as pessoas de tal forma que seu comportamento tem surpreeendido tanto a elas como a outros.

O Espírito Santo, ao encher uma pessoa, modifica seu molde de comportamento, embora isso não queira dizer que a pessoa se torne um robô, sem vontade própria.




Temos colocado à nossa frente uma pergunta - pode o Espírito Santo manifestar-Se dignamente? O apóstolo Paulo, cheio do Espírito Santo, não se comportou de modo que os outros teriam desaprovado, mas foi fiel e usou de boas maneiras para com as pessoas.

Conversa-se e fala-se se o Senhor vem na tempestade ou no silêncio. Muitas pessoas tomam o trecho de 1 Reis 19:9-13 como base, e com isso procuram provar que o Senhor não se manifesta na tempestade e defendem que Ele só vem no silêncio, lembrando que a Elias Ele veio desta forma.

Existe silêncio vivo, através do qual o Espírito de Deus se manifesta. Usa-se, no entanto, este trecho para defender também o silêncio que significa que espiritualmente temos chegado a um ponto morto. Tempestade e vida não são a mesma coisa, como também silêncio e vida não o são.

O Espírito Santo pode falar de uma forma maravilhosa e poderosa através do silêncio que Ele mesmo criou. Entretanto, no dia de Pentecoste, quando o Espírito foi derramado, ouviu-se um som como de um vento impetuoso. De acordo com Atos 4:31, o lugar onde estavam os discípulos orando, tremeu, e todos ficaram cheios do Espírito Santo.

O Senhor tem seu caminho na tormenta e na tempestade (Naum 1:3). O Espírito é independente e manifesta-Se da forma como Lhe apraz - Ele vem na tempestade e no silêncio. Muitos cristãos nisso não têm sido suficientemente receptivos e têm perdido muitas bênçãos porque não têm dado liberdade a Ele. Alguns negam-se a reconhecer o Espírito na tempestade que os está sacudindo, outros causam uma tempestade quando o Espírito quer falar-lhes através do silêncio vivo.

A tempestade que vem do Espírito conduz as pessoas a Deus, mas a tempestade que nós mesmos causamos impede que as pessoas encontrem a Deus. Precisamos livrar-nos do que é de nós mesmos, para que Deus nos encha cada vez mais do que é dEle, de modo que nos tornemos meios eficazes para conduzir outros a Ele. Precisamos exercitar-nos na capacidade santa que é exigida para podermos estar sob a influência do Espírito Santo. Muitas vezes torna-se aparente que somos nós que tentamos influenciar o Espírito ou, mais certo dizer, um espírito.


O mesmo musical com novo elenco, final dos anos 8O (São Paulo).


Pode o Espírito Santo manifestar-Se dignamente? Depende do que queremos dizer com dignamente. Ele nunca permitirá ser preso aos nossos costumes e preconceitos. Onde o Espírito influencia, o riso libertador pode ser um instrumento para levar as pessoas à liberdade.

Nem sempre têm parecido a alguns algo muito digno o fato de as pessoas rirem em voz alta ao serem batizadas com o Espírito Santo, mas as bênçãos na vida dessas pessoas têm sido aparentes. Foi justamente o Espírito que as deixou serem tomadas de riso. Também sempre acontecerá de as pessoas derramarem copiosas lágrimas quando o Espírito faz o Seu trabalho. Tenho ouvido este riso libertador e visto os resultados positivos que se seguem. Na casa de Cornélio as pessoas foram tomadas de regozijo quando o Espírito veio. Os judeus-cristãos ficaram surpreendidos quando os ouviram falando em línguas e glorificando a Deus (Atos 10:46).

Será que podemos considerar-nos capazes de resolver se o Espírito apresenta-Se de uma forma digna ou não? De uma coisa sabemos e é exatamente o fato de que Ele muitas vezes irá passar por cima dos nossos moldes. É justamente disto que nós mais precisamos - livrarmo-nos de nossos próprios moldes e ajustarmo-nos aos moldes de Deus. Justamente nisso é que o Espírito Santo quer ajudar-nos.