Paulo Franke

22 junho, 2011

G.ABADIE, homem de Deus, na 2a Guerra Mundial/ 2

Continuação...




O capítulo "Guerra e Cativeiro", escrito em inglês e datilografado pelo autor, inclusive com algumas observações no rodapé; a tradução para o português, para publicação neste blog, é minha. Abaixo o livro "Eu guardei a fé", publicado em francês.



Alguns de meus leitores ficarão surpresos em saber que, embora procurando ser um discípulo de Cristo, eu consenti em tomar as armas quando a Segunda Guerra Mundial começou.
Sem hesitar uni-me à linha Maginot, sem nenhum ódio pelos alemães, mas cônscio, de alguma forma, de estar resistindo contra grandes males - a escravidão do mundo livre pela cínica tirania nazista. Naquele tempo eu nada sabia a respeito dos campos de morte, dos fornos crematórios, do sistemático extermínio dos judeus.

Se eu devoto diversas páginas aos anos 1939-45 é porque, depois de um certo período durante o qual minha vida interior desenvolveu-se naturalmente sem que eventos sobrenaturais me tenham influenciado, por duas vezes tornei-me consciente da intervenção de um poder invisível desejoso de guiar-me.

Em 20 de junho de 1940, eu estava no comando de reservistas na Baixa Alsácia no declive da Linha Maginot, na região onde o Vosges dá lugar ao vale do Reno. É sabido que o exército alemão havia tomado as poderosas fortificações francesas na retaguarda e capturado diversos abrigos subterrâneos durante a noite. O inimigo era esperado a partir do norte, mas subitamente apareceu vindo do sul.

Naquele dia eu estava em uma casa no vilarejo de Lobsann. De repente, um de meus soldados entrou grandemente agitado. "Os alemães estão chegando pela estrada de Lampertsloch!" Embora ciente de que a guerra estava perdida e um novo governo francês estava discutindo termos de armistício, eu tinha decidido resistir e não me entregar sem lutar. A moral da companhia estava no seu ponto mais baixo. Era meu dever encontrar os invasores com aqueles que concordassem seguir-me. Eu estava convencido de que não retornaria deste combate desigual do qual poderia fazer nada mais do que salvar a nossa honra. Era uma experiência irresistível dizer para si próprio: "Meu último dia chegou, minha última hora!" Lembro-me deste pensamento que passou por minha mente: "Pelo menos eu morrerei olhando para o Vosges, as montanhas da minha infância!"

O tempo era curto. No entanto, antes de deixar o alojamento e reunir os voluntários, eu peguei do bolso do meu uniforme um pequeno livro que sempre carregava comigo - o Novo Testamento e Salmos. Abri-o e imediatamente e li algumas palavras que quinze anos antes pareceu-me ser uma passagem divina, tão apropriadas eram para as circunstâncias. Meu rápido olhar poderia ter sido dirigido para um pouco mais acima ou abaixo da página e eu não tinha tempo para escolher. Seria uma coincidência que eu lia a conclusão do Salmo 91? "Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei, e o glorificarei. Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação" (Salmo 91:14-16).

Continua...

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