Paulo Franke

27 janeiro, 2012

I - AERONAVES e suas tantas histórias... tantas!


Uma mostra de fotos dessas incríveis máquinas voadoras, algumas carregadas de nostalgia...



... que nos fazem voltar ao tempo de menino e tê-las como enfeites especiais em minha sobrecarregada estante de lembranças de viagem.



Mas também na nossa memória, do tempo quando pensar em viajar de avião era algo tão remoto, um sonho guardado em bagagens da imaginação somente (foto que tirei de uma vitrine em Oslo).



As velhas revistas e os velhos filmes eram tudo o que tínhamos, e um fio de esperança de um dia realizar nossos sonhos.

Finalmente encontrei algo que há muito procurava, um texto sobre a SAVAG, cujos aviões vi tantas vezes decolar e aterrissar no pequeno aeroporto de minha terra natal!

O pós-guerra foi marcado pela expansão da aviação regional no Brasil. Em janeiro de 1947, Augusto Otero e Gustavo Kraemer, com o apoio das Indústrias Leal Santos, compraram três aeronaves Lockheed Lodestar da Empresa Aérea Cruzeiro do Sul. Foi o início das operações da Savag (Sociedade Anônima Viação Aérea Gaúcha), empresa fundada por eles, na cidade de Rio Grande, no ano anterior. Dois acidentes, porém, marcaram tragicamente a história da Savag. O primeiro, ocorrido em 1949, deixou oito mortos. O Lodestar PP-SAC caiu logo após decolar de Pelotas. O segundo, em 1950, ocorreu em São Francisco de Assis. O Lodestar PP-SAA, voando baixo devido ao mau tempo na rota Porto Alegre-São Borja, acabou batendo em uma árvore. Entre os 12 mortos estava Gustavo Kraemer, um dos fundadores da empresa. Nesse segundo acidente morreu também o senador e primeiro Ministro da Aeronáutica Joaquim Pedro Salgado Filho, que hoje empresta seu nome ao Aeroporto Internacional de Porto Alegre. Enfraquecida, e operando somente uma linha entre a capital gaúcha e Curitiba, em 1966, a Savag foi incorporada à Cruzeiro do Sul.
Extraído do site Almanaque Gaúcho - Ricardo Chaves com Luís Bissigo




Na pequena foto, de 1973, dou um adeus à Finlândia antes de embarcar em um avião da Finnair sem imaginar que viveria neste país os últimos anos de minha vida! E minha família embarcando em um Jumbo da TAP no aeroporto de Viracopos quando fomos viver em Lisboa, em 1978.


No tempo dos meus "álbuns de viagem": em 1977, nossa primeira viagem aos Estados Unidos, quanto eram emitidas "passagens de papel" com diversas vias em carbono, que iam sendo destacadas à medida que cumpríamos nosso roteiro de viagem.












A primeira vez que voei foi em um Beechcraft da FAB, talvez o mesmo modelo que aparece nas cenas finais de "Casablanca", famoso filme que ganhou em 1943, ano em que nasci, o Oscar de melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado.














E no início da adolescência o grande filme sobre iminencia de desastre aéreo - um tema fertil mais tarde - foi "Um fio de esperança" (The Power and the Mighty), do ano 1954, um dos primeiros em CinemaScope que assistíamos no cinema e líamos a história na revista Filmelândia.












A aeromoça Doris Day no filme noir "Julie", um dos seus primeiros filmes muda, isto é, sem cantar. Muda de terror fica quando foi forçada a aterrissar o avião uma vez que seu marido Louis Jourdan mata o comandante e fere gravemente o co-piloto. Assistido no cinema na década de 50 e recentemente no canal TCM.


Camiseta com modelos de aviões da frota da Finnair através dos anos que uso quando viajo por esta empresa no verão, "encantando" a tripulação que geralmente nunca viu o modelo já esgotado na loja onde a comprei. Se eu soubesse teria comprado diversas...



Um piloto talvez entenderia a linguagem e traduziria melhor esta poesia de JGM (1922-1941), um piloto da Royal Canadian Air Force que morreu em combate aéreo na Segunda Guerra:

Eu escorreguei dos limites tristes da Terra/ E dancei nos céus com asas prateadas hilariantes/ Subi em direção ao sol e me uni à alegria ao rolar por nuvens cortadas por ele/ E fiz centenas de coisas que nunca teria sonhado fazer/ Rolei, subi e girei alto no silêncio sob o brilho do sol/ E, pendurado lá em cima, persegui o vento gritante/ Ao deslizar meu avião através dos corredores vazios/ Para cima, para cima, pelo delirante e ardente azul/ Enfim, acima das alturas tão facilmente/ Onde nenhuma águia ou pássaro voam/ E enquanto minha mente silenciosa eu seguia nas alturas intransponíveis, na santidade do espaço/ Coloquei minha mão para fora e toquei a face de Deus.



No grupo de belas comissárias de bordo equatorianas, uma jovem casada com um sobrinho de minha mulher. Quando ele visitou seu país com amigos começaram a namorar. Como ele vivia em Nova York e não podiam encontrar-se com frequencia, ela fez o curso de comissária de bordo e viajava até lá para encontrá-lo. Sem dúvida, uma linda história aérea de amor com os pés no chão!




Aposentado há alguns anos, um primo da Anneli, que nasceu de pais missionários do Exército de Salvação na Indonésia*, piloto por muitos anos, foi comandante dos Douglas DC-10 da Finnair que faziam a linha Helsinki-Nova York. "Hoje em dia não há mais o romantismo em torno da profissão de piloto como havia no passado", declarou-me na última vez que conversamos sobre aviões.


Meu concunhado, que trabalhou na Embraer como engenheiro, enviou-me este postal histórico.




Guardei esta foto interessante de um aeroporto na África. Na verdade, minha primeira aterrissagem internacional foi em 1973, no aeroporto de Dakar, no Senegal, onde o avião da Lufthansa fazia escala entre o Rio de Janeiro e Frankfurt. No meio da noite pudemos descer do avião e andar até a cafeteria. Ainda bem que não havia leão por perto!



Um boarding pass onde o world traveller após o meu nome me fez sentir importante, embora nunca tenha viajado na primeira classe nem na executiva, mas sempre na econômica ou turística, uma aventura sempre gostosa desde que esteja dentro de uma aeronave.



Meu genro, que trabalhava na TAM, conseguiu-me ficar em uma sala VIP - minha primeira e última vez - no aeroporto de Porto Alegre, na volta a São Paulo depois de ter ido conhecer minha segunda neta, Judith (Judy), gaúcha igual aos seus pais, tia e avô! Estava tão gostosa aquela desconhecida mordomia que não prestei atençção à chamada do vôo e quase o perdi.



Uma vontade que a esta altura não é tão importante assim: viajar um dia em um Airbus 380, aquele de "dois andares", na foto na sua viagem inaugural desde Tolouse, na França, recorte do jornal sueco que guardei.



Um youTube, entre outros (veja links) indicado por uma amiga que por muitos anos foi funcionária da VARIG em Paris. Foi também ela quem me indicou os youTubes sobre o último voo do Electra e da comissária de bordo.




Diverti-me muito com esta corrida de carros diversos de uso em aeroportos, naturalmente desativados e que depois da corrida maluca viraram sucata de vez (meus leitores do sexo masculino por certo vão gostar de assistir):

http://www.youtube.com/watch?v=K05NgDMz2r4&feature=results_video&playnext=1&list=PL1714FCE6AA873392




De Marcos Witt, uma bela foto do ocaso encontrada por acaso no Facebook, ideal para fechar esta nostálgica postagem.

____________________


L i n k s

("pano pra manga" pra quem gosta de aviões) :


~~~

O último voo do Electra na Ponte Aérea


O último voo de uma comissária de bordo:



O último voo da PanAmerican

http://www.youtube.com/watch?v=meLLOlzEdNo

~~~

A mais bela decolagem

~~~

Sentar-se à janela do avião - lembranças da antiga VARIG...


http://paulofranke.blogspot.com/2011/05/sentar-se-janela-lembrancas-da-antiga.html

~~~
Equipe SOS: Fokker 100 e Airbus TAM:

~~~

Ao embarcarem os passageiros da Air France...



~~~~~~~~~~~~~


Proxima postagem, a continuação desta:

II - O testemunho de um piloto comercial

e explicando o Princípio de Bernoulli com uma lição para a vida.

II - O testemunho de um piloto + o Princípio de BERNOULLI

Ao receber o jornal finlandês-sueco Kyrkpressen, deparei-me com uma história que me fez guardá-lo até uma oportunidade de contá-la no meu blog.

Um piloto de oração

Refere-se a um finlandês de língua sueca que é piloto na Finnair cujo testemunho transcrevo somente em parte, pois é bem extenso.

Ele fala com Deus antes antes de cada voo e pede a Sua ajuda para concentrar-se e manter-se calmo, pois reconhece que pilotos precisam estar bem cônscios de sua responsabilidade pela vida das pessoas.

É piloto desde 1990. Filho de missionários, por 4 anos viveu na Tanzânia com seus pais, onde aprendeu a falar o "swahili", que nunca esqueceu.

Sua fé cristã, como ele mesmo descreve, "tem sido uma parte muito clara de minha personalidade". Sente-se privilegiado por ver a criação de Deus das alturas e diz que toda a pessoa tem anseio por Deus, seja consciente ou não desse fato. Sempre que pode frequenta com sua família a igreja a qual pertencem. Ainda que viva no sul da Finlândia, o que facilita ir para o aeroporto, seu sonho é um dia viver no norte, onde tem suas raízes e onde vivem seus pais e primos.


No momento pilotando
Airbuses das séries A340 e A320,
treinou pilotos para pilotarem os
nove aviões brasileiros
da Embraer, que pertencem
à frota da Finnair e operam
tanto nas rotas domésticas
quanto européias. (Quando viajar novamente pela Finnair vou querer
saber quem é o comandante!!)
(foto do jornal Kyrkpressen de Johan Sandberg)



~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~


O Princípio de Bernoulli traz uma lição para a vida.


pelo major A.Kenneth Wilson - The War Cry - USA


Um dia voltei para casa um pouco mais cedo e assisti a um dos meus programas educacionais preferidos da TV, "Bill Nye, o homem da ciência". Ele estava explicando o Princípio de Bernoulli.


Vivendo perto do aeroporto internacional de Newark, com aviões sobrevoando a vizinhança o tempo todo, tenho muito interesse no Princípio de Bernoulli, pois é o que mantém aqueles imensos 747 no céu e longe do meu quintal.


Explicando, o ar que se move rapidamente, passando além da beirada que se inclina na asa de um avião, menor do que a pressão abaixo da asa, causa o erguimento aerodinâmico. Os motores acionam quantidades tão maciças de ímpeto que o erguimento do Princípio de Bernoulli pode manter toneladas de avião no céu.


Quando se pensa nas toneladas de tinta do lado de fora de um avião comercial, nos passageiros, na tripulação, no combustível, nos instrumentos, nos aparelhos de aterrissagem, na variedade de malas e nos pequenos sacos de amendoim, constatamos que isso é de fato uma proeza surpreendente.


Posso ver um avião voar, mas não posso ver o "erguimento". Mas sei que está lá. Não posso ver o Senhor e verificar Sua presença visível mais do que posso ver o vento, mas posso ver e sentir o "erguimento" na minha vida. Posso ver o "erguimento" nos outros pelas novas prioridades e alvos que eles têm estabelecido para suas vidas. Como Jesus ensinou: "O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito" (João 3:8).


Um avião é pessimo para fazer transporte de superfície. Se você duvida, tente passar um L-1011 através de um pedágio. Ele foi feito com asas que o fazem subir e voar acima das nuvens. Nós criaturas presas à terra também fomos feitos para voar, não com asas, mas em nosso espírito e em adoração, de modo que: "... os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como de águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam" (Isaías 40:31).


Fomos feitos para viver e "voar" através da graça de Deus. E isso fornece todo o "erguimento" de que nossas vidas possam necessitar.


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

23 janeiro, 2012

1.Greta Garbo, quem diria?... 2.Sindrome de Greta Garbo?


Greta Garbo, quem diria... no meu blog?

Só assisti a um filme dela - Ninotchka - e não me lembro mais da história, e, confesso, nunca fui seu fã. Mas trouxe-a aqui por algumas razões...



Na verdade, nem sei que filme é este (Foto: Bra Böckers Film Lexikon) .

Transcrevo do Google o seguinte sobre ela:

Durante dois anos (1922 - 1924), Greta Gustafson (1905 - 1990) estudou arte dramática na Academia Real de Teatro Dramático (Kungliga Dramatiska Teatern), quando foi descoberta pelo diretor finlandês Mauritz Stiller (1883 - 1928), que a partir de então passou a desempenhar a função de segundo pai para a jovem Greta. Apesar de todas as parcerias que ambos tencionavam fazer, Greta e Stiller só fizeram um único filme juntos: A Lenda de Gösta Berling 1924.

Stiller levou Greta para filmar na Alemanha. Lá, ela chamou a atenção do expressionista alemão Georg Wilhelm Pabst (1865 -1967), que a convidou a participar do seu próximo filme, A Rua das Lágrimas 1925.
Louis B. Mayer (1885 - 1957), poderoso magnata do cinema que comandava a MGM na época, ficou encantado com a performance da jovem atriz sueca no filme A Lenda de Gösta Berling, e ofereceu a ela e ao seu mentor, Mauritz Stiller, um contrato para irem trabalhar em Hollywood.














Mauritz Stiller, um diretor nascido em Helsinki, capital da Finlândia. Ele e Greta Lovisa Gustafson, mais tarde Garbo, na viagem para Hollywood. Foi a primeira artista estrangeira a atuar na Capital do Cinema.




Há alguns anos li na revista inglesa The Salvationist que Greta quando adolescente cantou e tocou violão em um grupo do Exército de Salvação (Frälsningsarmén). Quem diria?... Pesquisei em que local fora e um colega sueco forneceu-me a foto do Corpo Estocolmo 3, confirmando que fora no antigo prédio deste que é hoje um edifício onde ainda funcionam as atividades sociais e espirituais do Exército. E que naqueles anos da juventude de Greta era comum os centros salvacionistas suecos serem muito frequentados por crianças e jovens da vizinhança. Greta vivia naquelas imediações.



Na casa onde Greta nasceu - Blekinggegatan 32 - há um busto em sua homenagem que à noite é iluminado.


... e uma praça com o seu nome: Greta Garbo Torg - Praça Greta Garbo.



Há meses venho planejando ir a Estocolmo e fotografar esses lugares - a bem de meu leitores cinéfilos que são fãs de Greta Garbo - mas o inverno rigoroso, as tantas horas a serem gastas em um cruzeiro Helsinki-Estocolmo e mesmo o fato de não ser fã de Greta foram fazendo com que eu desistisse e, mais comodamente, elaborasse esta postagem a partir de dados e fotos fornecidos pela Internet.

_______________________

"Síndrome de Greta Garbo"

Não sou psicólogo, embora como oficial salvacionista tenha muitos anos de prática lidando com pessoas problemáticas, o que é óbvio. Quando era ativo nas comunidades do Orkut - infelizmente defazadas... - lia sobre pessoas que diziam ter a "síndrome de Greta Garbo" pelo fato de gostarem de estar isoladas, amarem a solidão etc. Lembro-me de que na época dei o meu parecer, baseado no fato de viver - ao todo atualmente mais de 15 anos neste país - em convívio com muitos escandinavos. E escrevi que o isolar-se não é nada raro para os povos destas terras, pelo fator clima e temperamento antissocial, tímido e dado ao pessimismo. Veja no link casos de pessoas que morreram e cujos corpos foram achados muitos anos depois... isoladas do mundo, ninguém as percebeu e deu no que deu.

A sueca Greta Garbo, penso, que deu por terminada sua carreira aos 36 anos, e que morreu aos 84 anos, não teria sido um desses casos?

Que pena! Tendo frequentado o Exército de Salvação e ouvido e até cantado a mensagem evangélica genuína, de vida verdadeira, por que nos anos em que viveu isolada, onde há tantas igrejas salvacionistas em Manhattan, não foi a uma delas relembrar sua juventude, o que é típico da velhice?...

Ou terá ido anonimamente??


________________________

L i n k s

Youtube: a sepultura de Greta Garbo em Estocolmo:

http://www.youtube.com/watch?v=QSweJQpehsE


Postagem "Encontrados mortos dentro de casa... há anos":


_________________

Próxima postagem:

A quem curte essas maravilhosas máquinas voadoras!!

- Aeronaves e suas tantas histórias, tantas! -

______________

16 janeiro, 2012

MEMBROS DE BANDA DE METAIS MORREM EM NAUFRÁGIO


Com o naufrágio do navio de cruzeiros Costa Concordia na costa italiana - neste ano do centenário do naufrágio do Titanic - meus pensamentos retrocederam no tempo ao lembrar ainda outra dramática tragédia maritima com lances de heroismo. Refiro-me ao naufrágio do Empress of Ireland, que afundou no rio São Lourenço, no Canadá, em 29 de maio de 1914.


+ + + + + + + +



O livro "Till we meet again" (Até que nos encontremos novamente), da autoria de Herbert P.Wood e que me foi presenteado pelo Coronel David Gruer quando era o líder no Brasil, narra a história dos 143 salvacionistas que perderam a vida, parte de uma delegação que se dirigia ao Congresso Internacional do Exército de Salvação em Londres, onde foi iniciada a obra em 1865.



A Banda do Estado-Maior do Canadá (Canadian Staff Band) perdeu a grande maioria de seus membros - à esquerda, marcados com um pequeno x, os três únicos músicos que sobreviveram.



O cortejo do funeral em seu caminho ao Mount Pleasant Cemetery.



Um postal assinado com a última assinatura dos músicos que tinham seus nomes já inscritos no rol dos salvos no livro da vida.


O NAUFRÁGIO DO "EMPRESS OF IRELAND"

The sinking of the Empress of Ireland

Uma narrativa poética da tragédia


É meia-noite.

Envoltos em neblina, grandes navios, quais espectros,

Navegam lentamente pelo escuro e sinistro rio São Lourenço.

Emitindo insistentes sinais, as sentinelas andam impacientemente,

Pelas pontes e conveses, sem jamais suspeitarem do perigo iminente.

Imponente e misterioso, adentra-se pela escuridão o bravio transatlântico.

Em suas cabines, dois mil passageiros dormem tranquilamente,

Iluminados por muitos sonhos.

O orgulho do Exército de Salvação canadense viaja naquele navio:

Músicos que, com sua banda, têm cativado os corações de seus ouvintes,

E outros salvacionistas fiéis e dedicados ao Senhor.

Sonham com o congresso na velha Inglaterra, berço do Exército.

Grandes foram os sacrifícios feitos para empreenderem a longa viagem.

Grande é a expectativa de unirem-se a outros salvacionistas,

Delegados do mundo inteiro no abençoado e colorido evento.

E então, na noite densa, ouve-se o estrondo da tremenda colisão

De seu navio com uma grande embarcação carregada de carvão.

Os que dormiam interrompem bruscamente seus sonhos,

Admirados e assustados demais para visualizarem seu destino.

Alastra-se o pânico. Inclina-se o transatlântico ferido até a morte.

Tão nobre embarcação movendo-se como um bêbado,

Emitindo estranho som como seu último fôlego de vida.

No entanto, coragem e dignidade brilham através do terror;

As últimas saudações são trocadas, mensagens calorosas são dadas

E, fortes, enfrentam a morte de frente.

Ao redor, cenas comoventes têm lugar: famílias de mãos dadas, olham a água

E logo olham-se mutuamente, cientes do que lhes aguarda.

Jovens salvacionistas com toda uma vida pela frente

E para os quais o céu era uma remota inspiração.


E numa demonstração de amor cristão, profundo e prático,

Entregam seus salva-vidas àqueles que não os possuem.


Na velha Inglaterra começa o grande congresso que atrai multidões,

Mas, no grande prédio, os lugares reservados à banda canadense estão vazios,

Com uma mensagem eloquente de coragem e fé dos que não chegarão...

No ambiente parecem reinar a tristeza e o desalento,

No entanto, apesar de olhos marejados de lágrimas,

A fé reune-se rapidamente e toma as suas armas.

Com o desenrolar da reunião, vem do alto a certeza

Da sabedoria e amor do Grande Deus,

De Seus caminhos e pensamentos que não são os nossos.

E enquanto o forte rio São Lourenço continua seu curso,

Levando grandes embarcações para o oceano,

Transcorrem as reuniões no além-mar,

Animados pela certeza gloriosa

De que a eterna submissão ainda deve ser o nosso credo

E que, um dia, estaremos todos nós, os salvos,

No Grande Congresso Celestial,

Liderados eternamente pelo General Supremo,

Nosso Salvador Jesus Cristo.

(tradução livre do poema do Major Herbert Wood - 1951)

+ + + + + + +

SOS significa Save Our Souls (Salve nossas Almas)

Combate... o bom combate, mantendo a fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. (1 Timóteo 1:18-19)

A antiga exortação do apóstolo Paulo a Timóteo, que compara os que abandonam o caminho de Deus a "náufragos da fé", é de grande atualidade ainda nos nossos dias.



Quando fui responsável pelo início e continuação do programa radiofônico "O Louvor da Salvação", nos anos 90, preparei um programa dedicado à narração de três tragédias maritimas ligadas à música evangélica e salvacionista. Por ocasião do centenário do naufrágio do Titanic, em abril de 2012, o leitor poderá ouvir o programa através do youTube.



O Exército de Salvação desde os seus primórdios utilizou brass-bands para o seu louvor e para atrair pessoas às suas reuniões ao ar livre. Na foto-raridade, Einstein posa junto à banda de Los Angeles, foto provavelmente da data em que foi para os Estados Unidos fugindo do nazismo.


Na foto, a Staff Band de Melbourne, Austrália.

______________

L i n k s

Comemoração dos 120 anos, em 2011, da Banda do Estado-Maior da Inglaterra. No youTube, staff-bands do Canadá, Austrália, Japão etc. unem-se a ela no grandioso evento, que incluiu tocarem juntas no Palácio de Buckingham, em Londres. Clique abaixo:

O Exército de Salvação e o Titanic:

http://paulofranke.blogspot.com/2009/05/o-exercito-de-salvacao-e-o-titanic.html

E a banda do Lar de Meninos da Coréia foi forçada a marchar ... e nunca mais se ouviu falar dela. Mas aquela banda renasceu:

http://paulofranke.blogspot.com/2008/05/o-renascer-de-uma-banda-de-metais.html

"A ver navios?" Não, os navios que eu vi!


+++++++++++++

14 janeiro, 2012

A terceira idade vista de diferentes ângulos:

A oração - escrita por uma freira do século 17 - pode ser encontrada no Link abaixo:

___________________________________



OS 10 MANDAMENTOS DO AMOR AO IDOSO:


1. Deixa-o falar... porque do passado eles têm muito o que contar. Coisas verdadeiras e outras nem tanto, mas todas úteis.

2. Deixe-o vencer nas discussões... e não fiques a lembrar a todo o instante que suas idéias estão superadas. Ele precisa sentir-se seguro de si mesmo.

3. Deixa-o visitar seus velhos amigos... entreter-se com seus camaradas, porque é dessa maneira que ele consegue reviver os tempos idos.

4. Deixa-o contar histórias demoradas... ou muitas vezes repetidas, porque ele precisa provar a si mesmo que os outros gostam da sua companhia.

5. Deixa-o viver entre coisas que amou e de que sempre recorda... porque ele já sofre ao sentir que, aos poucos, vai sendo abandonado pela vida.

6. Deixa-o reclamar mesmo quando está sem razão... porque todo o ancião tem direito, como as crianças, à tolerância e à compreensão.

7. Deixa-o viajar em teu carro... quando saires de férias ou aos fins de semana porque sentirás remorso se algum tempo depois ele já não estiver aqui para fazer-te companhia.

8. Deixa-o envelhecer com o mesmo paciente afeto com que assistes aos teus filhos crescerem... porque em ambos os casos estarás demonstrando o mesmo sentimento de amor e proteção.

9. Deixa-o rezar onde e como queira... porque ele deseja ver sempre a sombra de Deus no resto de estrada que ainda vai percorrer.

10. Deixa-o morrer entre braços poderosos e amigos, porque o amor dos irmãos é o melhor sinal do amor do Pai que está no céu.




Nota: Estes mandamentos são da autoria de um frade italiano.z mndamentos do amor ao idoso” foram redigidos na Itália, por um frade carmelita. A tradução para o português foi feita por um confrade da mesma ordem, residente em Teresópolis, RJ. O texto acima foi revisto por um poeta pernambucano que não quis se identificar. São dele alguns acréscimos ao texto original.




-------------------------------------------------



SEXALÊSCENTES...

Se estivermos atentos,
podemos notar que está a aparecer uma nova classe social:
a das pessoas que andam à volta dos sessenta anos de idade,
os sexalescentes :
é a geração que rejeita a palavra "sexagenário",
porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.


Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica - parecida com a que,
em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência,
que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos,




que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.

Este novo grupo humano que hoje ronda os sessenta
teve uma vida razoavelmente satisfatória.

São homens e mulheres independentes que trabalham há muitos anos
e que conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram
durante décadas ao conceito de trabalho.
Que procuraram e encontraram há muito
a atividade de que mais gostavam e que com ela ganharam a vida.

Talvez seja por isso que se sentem realizados...
Alguns nem sonham em aposentar-se.
E os que já o fizeram gozam plenamente cada dia sem medo
do ócio ou da solidão, crescem por dentro quer num, quer na outra.
Desfrutam a situação, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos,
preocupações, fracassos e sucessos,
sabe bem olhar para o mar sem pensar em mais nada,
ou seguir o vôo de um pássaro da janela de um 5.º andar...

Neste universo de pessoas saudáveis, curiosas e ativas,
a mulher tem um
papel destacado. Traz décadas de experiência de fazer a sua vontade, quando
as suas mães só podiam obedecer, e de ocupar lugares na sociedade que as
suas mães nem tinham sonhado ocupar.

Esta mulher sexalescente sobreviveu à bebedeira de poder
que lhe deu o feminismo dos anos 60.
Naqueles momentos da sua juventude em que eram tantas as mudanças,
parou e refletiu sobre o que na realidade queria.
Algumas optaram por viver sozinhas, outras fizeram carreiras
que sempre tinham sido exclusivamente para homens,
outras escolheram ter filhos, outras não, foram jornalistas,
atletas, juízas, médicas, diplomatas...
Mas cada uma fez o que quis: reconheçamos que não foi fácil,
e no entanto continuam a faze-lo todos os dias.

Algumas coisas foram adquiridas.

Por exemplo, não são pessoas que estejam paradas no tempo:
a geração dos "sessenta", homens e mulheres,
lida com o computador como se o tivesse feito toda a vida.
Escrevem aos filhos que estão longe (e vêem-se),
e até se esquecem do velho telefone para contatar os amigos
- mandam e-mails com as suas notícias, idéias e vivências.

De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil
e quando não estão, não se conformam e procuram muda-lo.
Raramente se desfazem em prantos sentimentais.

Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos.
Ninguém se põe a chorar quando perde:
apenas reflete, toma nota, e parte para outra...

Os maiores partilham a devoção pela juventude e as suas formas superlativas,
quase insolentes de beleza ; mas não se sentem em retirada.
Competem de outra forma, cultivam o seu próprio estilo...
Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do esporte,
ou dos que ostentam um Armani,
nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de um modelo.
Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice,
de uma frase inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.

Hoje, as pessoas na década dos sessenta,
como tem sido seu costume ao longo da sua vida,
estão a estrear uma idade que não tem nome.
Antes seriam velhos e agora já não o são.
Hoje estão de boa saúde, física e mental, recordam a juventude
mas sem nostalgias tolas, porque a juventude ela própria também
está cheia de nostalgias e de problemas.
Celebram o sol em cada manhã e sorriem para si próprios...

Talvez por alguma secreta razão que só sabem e saberão
os que chegam aos 60 no século XXI...

Tita Teixeira




Extraído do Facebook.


___________________________________


L i n k


"Encontrados mortos em casa... há anos"

e outros assuntos pertinentes à velhice.

12 janeiro, 2012

Show de inverno visto de minha janela e caminhos.



O show a que me refiro é o da natureza, que nos presenteou novamente com magníficas imagens do inverno. Na foto pareço estar perguntando: "E quando vai cair neve de verdade?"





Precisamente no dia 11 de janeiro ela veio e caiu por muitas horas. Fotos muitas vezes mostradas, mas precisamente as desta postagem têm o "algo mais" considerado de grande beleza...





O quartel militar, construído no tempo do domínio russo e que é visto da janela de nossa cozinha, mas a beleza a que me refiro explico na foto seguinte...





É quando, dependendo da temperatura, a neve apega-se aos galhos, pequenos e grandes das árvores sem folhas, o que faz o show de qualquer paisagem de inverno.





Outra foto, agora de nossa cozinha, com as plantas de minha mulher fazendo uma moldura perfeita para a paisagem.





Nosso apartamento, que pode ser considerado de tamanho pequeno, têm janelas que dão para os dois lados do prédio. Aqui, uma foto tirada de nossa sala e sacada, realçada pelas grandes e típicas janelas finlandesas, de vidro duplo.






As grandes árvores com o manto de neve sobre elas parecem ainda mais imponentes.





Da nossa sacada posso ver os tristonhos e inertes balanços. Durante o inverno o brinquedo preferido das crianças é andar de trenó, escorregar nas encostas, patinar e, as um pouco maiores, esquiar, esporte a que são iniciadas desde cedo.





O país tem know-how de neve e raramente é pego de surpresa ou acontecem tragédias. Mas eu considero pessoalmente um privilégio não mais dirigir automóvel nesta época...





Deste lado do nosso prédio fica o estacionamento e o "bate-tapete", do outro lado da árvore.





Até um varal do prédio ficou com suas cordas espessas pelo tipo de neve que caiu.





Olhar as paisagens de dentro de uma casa aquecida é uma história, mas sair para a rua é outra. Recomeçando o trabalho social do qual agora sou voluntário, precisei enfrentar a baixa temperatura e vestir roupas pesadas e adequadas à época.




^^^^^^^^^^

Vinte minutos caminhando e cheguei ao prédio local do Exército de Salvação/Pelastusarmeija/Frälsningsarmén, agora que me aposentei dirigido por minha esposa.




Depois da entrega de mantimentos e vales-supermercado a um bom número de famílias, voltei para casa fotografando os conhecidos caminhos de todas as estações do ano.





Das janelas, as mesmas árvores "gelificadas"...





... fazem o seu show.





Levo bem mais tempo para voltar para casa, parando de quando em quando para que o leitor veja o tipo de neve a que referi deste o início.







Igual a chantilly, cobrindo tudo.




Balanços de quatro pessoas muito gostosos no verão... e atrás as bicicletas.





Até a cerca de madeira de uma casa recebeu o seu toque.





Uma placa indicando não o nome da cidade, mas a direção do Castelo Medieval de Häme.





E cortar caminho para casa significa atravessar um parque...




... bonito em qualquer estação do ano, com seu verde durante o verão, florido na primavera e coberto de folhas amareladas no outono.





No inverno a neve realça cada árvore.





Em dois cantos do parque há velhos cemitérios com sepulturas centenárias.





Aqui uma sepultura com inscrição em russo; a igreja ortodoxa russa fica em um outro canto do parque.





E aqui uma na maioria em sueco, quando a cidade de Hämeenlinna - que tem igualmente o nome Tavastehus - tinha a maioria sueca em sua população.





Canhões mostrando que estamos bem perto de casa.





Com o fundo de tijolo à vista do quartel, mostrado de outro ângulo no início, as árvores assumem ainda mais beleza.





Em cada portão que dá entrada ao grande quartel militar, inscrição em finlandês, sueco, inglês e russo proibindo o ingresso no local sem permissão especial.







Dobrando a esquina, chego em casa, enfim...





Começou a nevar forte, ainda bem que cheguei! As duas janelas do nosso apartamento, no primeiro andar, podem ser vistas entre as árvores típicas da paisagem escandinava, russa, canadense..., chamadas comumente de "as que são cobertas de papel de parede", em português bétulas, em finlandês koivo, em sueco bjork, em inglês birch.



^^^^^^^



L i n k s


Depois da sauna, que tal um mergulho no lago congelado? Excelente pedida por aqui:


http://paulofranke.blogspot.com/2009/01/mini-textos-de-maxi-significados-5.html


Quer ver mais fotos com neve, não necessariamente do tipo que apresentamos aqui, procure no "Índice de todos os meus tópicos" as postagens:



"Hämeenlinna - onde vivemos - no inverno."



"O inverno finlandês na câmera de amigo brasileiro."



"O que é viver em um país onde cai neve."



"A mesma foto que tirei da mesma janela nas quatro estações do ano."



^^^^^^