Paulo Franke

02 março, 2016

Na universidade... perdendo a fé?

Traduzido de uma publicação salvacionista americana.


A universidade pode fazer com que o jovem perca a sua fé?
Depende de o estudante querer ou não amadurecer...

É considerado comum achar que a universidade destrói a fé cristã do estudante. Aliás, alguém até já preparou um calendário que mostra as datas da perda da fé de um calouro:

31 de abril, ele perde a sua fé nos milagres;
15 de maio, a fé na divindade de Cristo é perdida;
25 de junho, deixa de existir a fé em Deus;
15 de julho, desaparece a fé em éticas;
1 de agosto (os resultados dos exames do primeiro semestre já foram publicados), ele perde a fé em si mesmo.

Isso é meio humorístico. Alguns pais realmente acham que isso acontece, portanto procuram orientar seus filhos a que frequentem universidades cristãs, onde esperam que a fé dos filhos seja "protegida". Outros pais ficam aborrecidos porque a indagação e a busca levam seus filhos a tornarem-se cristãos dedicados: "É claro que queremos que nosso filho seja cristão. Mas nós o enviamos à universidade para tornar-se médico, e agora ele decidiu ser um médico missionário. Que futuro existe nisso?"

O que causa essa mudança en tantos alunos? É algo sobre o qual devemos ficar alarmados ou faz parte necessária do crescimento?

Muitos estudantes chegam às universidades com uma religião intelectualmente subdesenvolvida. Um aluno pode fazer dois cursos, um de biologia e outro de filosofia, e declarar que o que aprendeu prova que os ensinamentos da escola dominical não são verdadeiros. Outro tipo chega à universidade com sua mente decidida sobre todos os assuntos religiosos. Nenhuma coisa pronunciada por qualquer um, em qualquer ocasião, pode perturbar sua crença nem um pouco - qualquer um que divergir dele é um pagão ou herético. Se os fatos se intrometerem em seus conceitos, pior para os fatos. Esse aluno não liga para a universidade.



Os alunos que perdem rapidamente a sua fé ou têm medo de questioná-la não têm dado oportunidade à sua fé de crescer além da quinta série do primeiro grau. Fazem cursos avançados de física e matemática e não compreendem que o seu cristianismo ficou bem para trás.

O campus universitário é um lugar onde a religião do aluno ou a falta de religião dele é colocada à prova fazendo-se a busca necessária. Na universidade o jovem estudante entra no mundo dos adultos e fica sujeito ao pensamento crítico. Muitas vezes essa é a primeira separação de sua casa, de sua igreja e de seus amigos. Ao passar para um mundo novo e estranho, ele se acha na necessidade de fazer decisões que afetarão o rumo de sua vida.

A atmosfera em que ele deve fazer tais decisões é, às vezes, indiferente à religião. Uma grande percentagem dos alunos pode afirmar que é cristã, mas a sua fé não é compatível com as suas vidas.

O estudante é constantemente pressionado a conformar-se com o padrão e a indiferença do grupo. Ele pode entrar para uma turma cuja atitude é "a religião serve para quem gosta desse tipo de coisa". Muitas vezes é mais fácil para um estudante de fé imatura ceder à maioria indiferente a Deus do que tomar  a fé que ele tem e edificá-la. Torna-se progressivamente  mais fácil ignorar as questões que o escarnecem do que encará-las e procurar as respostas.

Um problema irônico sobre o crescimento na universidade, falando em religião, é que o aluno provavelmente terá professor que também jamais cresceram nessa área. Tal instrutor irá destruir um cristianismo em que nenhum cristão inteligente acredita. Se o próprio modo de pensar do estudante abrigar conceitos infantis, ele não será capaz de ver que um distorcido quadro de fé está sendo destruído. E, portanto, ele poderá decidir que será impossível permanecer intelectualmente honesto e cristão. 
(Que bom se ele tiver, ao mesmo tempo, professores de fé madura, que se manifestem com o ponto de vista genuinamente cristão!)



Como pode, então, a fé cristã amadurecer sob fogo na universidade?

QUESTIONANDO. Na universidade o aluno está aprendendo a pensar, a questionar as idéias e os valores que ele tem aceito sem pensar muito. Não se pode permitir que a sua fé escape dessa reavaliação e novo processo de pensamento. Como alguém já disse, em uma piada: " Ai do estudante que pode passar pela universidade sem questionar o valor de Deus, pecado e partido político!"

Quando ele tem medo de questionar ou se sente culpado por haver duvidado é porque receia que seu conceito de Deus seja destruído. O que ele deve compreender é que a base de sua confiança em Deus deixa-o livre para duvidar. Ele já não sente que suas dúvidas são contra Deus, mas sim instrumentos que Deus usa para revelar-lhe a verdade. Se algum aspecto da sua fé não pode sobreviver a esse questionamento, isso deveria ser visto como lucro e não como perda. No final, ele terá uma compreensão maior e um relacionamento mais profundo com Deus.

APLICANDO. De muitas maneiras, a universidade é uma experiência artificial. É uma época em que o aluno é tentado a substituir o viver pelo aprendizado sobre a vida. Mas, durante esses anos na universidade, o aluno está vivendo, e não aprendendo sobre a vida ou se preparando para viver. Portanto, ele precisa aplicar o seu cristianismo à sua vida no campus universitário, e não apenas estudar para aplicá-lo em uma data posterior.


ADORANDO. Um conhecimento mais profundo de Deus deve ser colocado em prática através de oração e adoração ou então se evapora em teoria.

Martin Buber, o grande teólogo judeu, lembra-nos de que muitos filósofos são capazes de falar sobre Deus, sem serem capazes de falar com Deus. Esse é também um perigo para os estudantes universitários ao tornarem-se preocupados com quebra-cabeças intelectuais. Apesar de passarem horas debatendo sobre religião, eles tiram umas férias de três, quatro, cinco ou mais anos da igreja, e ficam admirados por Deus já não parecer real para eles nem tampouco importante em suas vidas.

ATUANDO. Muitos universitários que perderam sua fé através de discussão intelectual a tem encontrado trabalhando nas favelas, ou ensinando em escolas públicas etc.  Forçado a encarar as necessidades reais dos seres vivos, o aluno encontra o poder de Deus para a vida.

BUSCANDO. O aluno mais amadurecido compreende que ele não é o primeiro cristão que enfrenta dificuldades. Porque ele quer manter a sua fé, ele procura descobrir como outros cristãos têm enfrentado essas dificuldades. 

Há muitas oportunidades: bons cursos de religião estão à disposição em quase todas as universidades, em cujas aulas o cristianismo é ensinado e estudado tão criteriosamente quanto a ciência, a política e a filosofia. Há grupos cristãos na maioria das universidades, e os alunos que se envolvem em um deles podem examinar a sua fé em comunhão com outros. A religião também permanece como tópico principal nos dormitórios, entre os períodos de aula. Mas muitas vezes trata-se apenas de falar sem conhecimento de causa. Esse tempo tem maior valor para o crescimento quando é suplementado por estudo, adoração e outras atividades que ofereçam uma oportunidade para o conhecimento acrescentado e a compreensão da fé cristã.


A universidade pode ser o tempo e o lugar onde um jovem perde a sua fé, mas também pode ser a ocasião quando encontra uma fé madura em Deus, através de Jesus Cristo. O que será depende grandemente do universitário, porque somente uma fé que é vital e que faz parte de sua vida - e que tem a possibilidade de crescer  com a pessoa - sobreviverá.

William Horden
publicado no "Brado de Guerra" 03/1984


1 Comments:

  • Um universitário sempre me contou que eram horríveis as aulas de História, alguns professores pregando o ateismo, dizendo também que as histórias biblicas foram inventadas e muitas outras coisas. Cursos como Serviço Social e Psicologia pregam contra a fé. A Medicina também noto que faz com que o estudante se torne ateu.
    Mas felizmente há exceções. Que Deus guarde os universitários cristãos em sua fé durante esse período.
    Anônimo.

    By Blogger paulofranke, at domingo, março 06, 2016 6:09:00 AM  

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